Ana Júlia rebate deputado bolsonarista e denuncia violência política de gênero
Segundo a deputada, Ricardo Arruda parte para o ataque pessoal por falta de argumentos
Para Ana Júlia, a postura do parlamentar configura violência política de gênero — crime previsto em lei.
“Ele tentou me humilhar dizendo que eu não sei o que estou fazendo aqui, que isso fica evidente pela forma como falo ou me visto. Alegou ainda que desconheço o regimento por ser jovem e estar em meu primeiro mandato. Não vejo nenhum demérito em ter vindo do movimento estudantil — muito pelo contrário, tenho muito orgulho disso”, disse a parlamentar.
Ela também criticou a postura do deputado em relação às suas obrigações parlamentares. “O regimento é claro: não há justificativa para faltas em comissão. Por isso, o deputado deve ser substituído na CCJ.”
Ana Júlia acrescentou que, além das ausências, Arruda não comunicou previamente sua impossibilidade de comparecer nem indicou suplente, o que prejudicou o andamento da comissão. “Na tribuna, o senhor reclama que a CCJ não avança, mas sequer se faz presente. Se não valoriza esse espaço, não deveria ocupá-lo. Isso é hipocrisia.”
A postura do parlamentar repercutiu no plenário. Ana Júlia recebeu apoio do Líder da Oposição, Arilson Chiorato (PT), da deputada Mabel Canto (PSDB) e de outros colegas.
“Durante a sessão, o deputado Arilson cobrou providências da presidência da Casa com base no regimento interno: “O artigo 29 determina que é dever do presidente zelar pelo prestígio da Assembleia e pela dignidade de seus membros em todo o território. Em nome da Bancada de Oposição e de todas as mulheres, pedimos medidas diante desse episódio”.
“A participação ativa dos membros é essencial para o bom andamento dos trabalhos legislativos e para garantir o devido processo de análise das matérias em pauta. Ausências reiteradas comprometem a eficiência e a representatividade da comissão. Precisamos de um Parlamento comprometido e responsável”, concluiu Ana Júlia.