Levantamento aponta para redução em 10,6% na taxa de homicídios no Paraná em 2018

Na foto imagens do confronto com a polícia, onde morreram dois bandidos e um policial do Bope, na Rodoviária Municipal . Foto: Reprodução

Integração entre as polícias e todos os outros órgãos que compõem a segurança pública é apontada como principal fator para a redução. Em 2018 foram 1.955 casos, o menor índice desde 2007, ano em que os dados começaram a ser contabilizados oficialmente

 

Relatório da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária mostra queda no número de homicídios dolosos no Paraná. Em 2018 foram 1.955 casos, o menor índice desde 2007, ano em que os dados começaram a ser contabilizados oficialmente. A redução é de 10,6% em comparação a 2017, que registrou 2.187 ocorrências e era até então o menor número do período. Em relação a 2007, o resultado do ano passado representa queda de 26%. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes foi de 17,22.  Em 2017 a taxa foi de 19,26.

 

Dos 399 municípios do Paraná, 37% (146) não registraram homicídios entre janeiro e dezembro, e 28% (113) registraram apenas um ou dois homicídios no período. Os números foram divulgados pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária, na terça-feira (26).

 

Certamente um dos fatores que contribuíram com a redução da criminalidade no Estado, principalmente dos homicídios, é a integração entre as polícias e todos os outros órgãos que compõem a segurança pública, afirma o secretário de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Luiz Felipe Carbonell.

 

De um lado, a prevenção à criminalidade feita pela Polícia Militar e de outro a investigação criminal feita pela Polícia Civil que se somam ao trabalho da Polícia Científica e outros atores, sempre num todo em prol da comunidade paranaense, disse ele. A integração é uma orientação do governador, Ratinho Junior, que está empenhado em investir em segurança pública para que os cidadãos de bem do Paraná possam andar tranquilos pelas ruas.

Mortes violentas em Guarapuava e região

Na contramão dos números no Estado, a cidade de Guarapuava e região mostraram que as ocorrências continuam altos em mortes violentas, assassinatos e feminicídios. Em Guarapuava foram 26 mortes, Pinhão, 14 e Prudentópolis com 10 mortes. Totalizando 50 mortes em apenas três cidades. No mesmo período de nove meses, do ano de 2017 foram 58 homicídios, nas 14 cidades que abrange a 7º Área Integrada de Segurança Pública do Paraná. Entre os homicídios de maior repercussão foi o caso da advogada, Tatiane Spitzner, 29, segundo acusação o marido, Luis Felipe Manvailer, 32, teria jogado a esposa do 4º andar de um edifício no centro. O latrocínio na chácara da empresa Flabel em Guarapuava, com morte do empresário Arnaldo Flareço (64). Do jovem Ciro Felipe Ribeiro, morto a marretadas na Colônia Vitória, distrito de Entre Rios. Outro fato preocupante foram os três homicídios contra os chamados moradores de rua, sem residência fixa, Rodrigo Noel Martins (35), Sergio Roberto dos Santos (42) e Irineu Sebastião Trindade de 54 anos.

Além do caso Tatiane o confronto envolvendo alguns elementos e policiais na Rodoviária Municipal chamou atenção da mídia e da sociedade. No confronto entraram em óbito no local dois bandidos e um policial BOPE.

 

OPERAÇÕES CONJUNTAS

Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Péricles de Matos, a redução da criminalidade em todo o estado do Paraná é resultado de diversos aspectos. “Operações conjuntas com a Polícia Civil, a intensificação das operações da Polícia Rodoviária Federal e Rodoviária Estadual, dos batalhões da PM que atuam no estado. Juntos, formam um efeito sinérgico que eleva o Paraná dentro do panorama nacional, proporcionando um cenário favorável de redução, principalmente dos homicídios.

O delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Rockembach, cita ainda dois fatores que segundo ele contribuíram para a redução de homicídio ao longo dos anos. O primeiro foi a intensificação e o combate sistemático ao tráfico de drogas, pois sabemos da estreita relação existente entre tráfico e homicídios, e o segundo fator importante foi o aumento do percentual de elucidação desses crimes pela Polícia Judiciária, pois na medida em que a equipe soluciona mais ocorrências acaba desestimulando a prática de novos homicídios, afirmou.

Os dados estão no Relatório Estatístico Criminal Quantitativo de Vítimas de Crimes Relativos à Morte – janeiro a setembro de 2018, divulgado pela secretaria de Segurança Pública do Paraná.

 

Preso é encontrado morto no Cadeião

A pessoa conhecida por Crisley Junior Vaz, que seria músico de uma banda gauchesca, foi encontrado morto em uma cela da Cadeia Pública de Guarapuava, horas após ter sido preso, por prática de um ato ilícito (furto). O caso aconteceu no último dia 07, a polícia suspeita suicídio.  Atualmente o Cadeião conta com cerca de 360 detentos para uma capacidade de 140 aprisionados.