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Detentos denunciam detentos adoentados e falta de mutirões. Cerca de 400 presos estão aglutinados em um espaço com capacidade para 160
A última fuga de nove presos da Cadeia Pública de Guarapuava deixou mais uma vez a população assustada, o que levou a deputada estadual, Cristina Silvestri (PPS), a solicitar uma audiência com o secretário de Segurança do Estado, Vagner Mesquita, onde pediu uma solução definitiva para a superlotação e fugas constantes no Cadeião. Ela oficiou o secretário com requerimento enviado através da Assembleia Legislativa, solicitando a construção de uma nova Casa de Custódia, em Guarapuava. A parlamentar fez uma séria advertência para os problemas crônicos enfrentados na Cadeia Pública. É uma situação de tragédia pré-anunciada, afirmou Cristina Silvestri.
Cristina Silvestri disse que uma nova Casa de Custódia, em local mais distante da cidade, vai resolver grande parte dos problemas. Entre eles, retirar a Cadeia atual do centro de Guarapuava, que está em uma área residencial, perto de escola e de Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e oferecer condições mais adequadas para a ressocialização dos detentos.
A capacidade (da Cadeia atual) seria para 160 presos e já chegou a 400, alguns já condenados pela Justiça e que deveriam estar cumprindo a pena em presídio, observou a deputada.
Presos provisórios
O Ministério da Justiça divulgou recentemente que dos cerca de 100 mil presos, com alguns mutirões carcerários poderiam reduzir a população carcerária em 40%, dos presos em situação provisória. Desta quantidade, a maioria são por crimes enquadrados no Código Penal, Artigo. 155 (Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel), com pena de reclusão, de um a quatro anos e multa.
A transferência da Cadeia para um novo local, segundo Cristina Silvestri, também irá propiciar melhores condições de trabalho aos agentes prisionais. É uma obra de extrema necessidade, por isso estamos pedindo urgência à secretaria da Segurança Pública, explicou.
Mutirão
A nossa reportagem conversou com alguns ex-detentos que cumpriram pena no Cadeião de Guarapuava. Entre os problemas crônicos apresentados estão alguns presos doentes, pessoas com machucaduras e idosos. As fugas tem ocorrido na parte dos presos que estão no chamado ‘seguro’, que cumprem penas por estupros e presos já condenados, que deveriam estar em um presídio, disse um dos entrevistados.
Segundo ele, a falta de mutirões tem sido um entrave. Na Cadeia, a maioria são de presos que praticaram pequenos delitos, que deveriam estar cumprindo alguma pena alternativa, com medidas de ressocialização. Da forma que está, quem não é bandido, sai mais bandido ainda, disposto a tudo aqui fora, alertou, questionando o fato da Penitenciaria (PIG) promover mutirões para revisão de penas de forma constante, sendo que, na Cadeia Pública este tipo de ação não ocorre. Questionado se ocorre casos de corrupção dentro do atual sistema carcerário local, alguns ex-detentos disseram que a postura dos carcereiros tem sido muito rígida, não só com os detentos, como na entrada das visitas.