Vacinômetro do Paraná passa a incorporar dados nacionais

O Paraná está em processo de migração de dados do Vacinômetro Covid-19 para a fonte da base do Programa Nacional de Imunização (PNI). A atualização, que deve acontecer durante o mês de junho, vai uniformizar os dados registrados pelos municípios, evitando inconsistências e duplicidades de informações.

Anteriormente os municípios cadastravam as informações no sistema estadual e também no nacional. Agora, as equipes realizam somente um registro, já na base do PNI, que será automaticamente vinculada ao Vacinômetro do Paraná.

No início da campanha de vacinação, o sistema do Ministério da Saúde apresentava inconsistências, o que impôs uma solução local. “A utilização do sistema próprio estadual possibilitou o acompanhamento em tempo real da aplicação das vacinas contra a Covid-19, enquanto o sistema nacional ainda não funcionava perfeitamente. Agora com a estabilidade da base de dados, poderemos realizar a migração”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Vacinômetro Paraná – O diretor-geral da Sesa, Nestor Werner Junior, explica que a criação do Vacinômetro foi realizada pela Sesa em parceria com a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) para que os municípios pudessem registrar as doses aplicadas. Os dados de distribuição de doses são registrados no Sistema de Informações de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (Sies).

“Dentre os inúmeros desafios que a campanha trazia, um deles era como informaríamos a quantidade de doses distribuídas, recebidas e aplicadas, tanto primeira quanto segunda doses, por grupo prioritário e em quais regiões. Essas informações precisam ser transparentes e disponibilizadas de forma rápida, e nesse primeiro momento, nosso sistema atendeu estas necessidades”, disse.

Ele também reforçou que o sistema estadual foi importante para dar transparência ao processo, não apenas em relação às quantidades, mas da velocidade e organização dos municípios e do avanço da imunização nos grupos prioritários.

Pactuação – As alterações foram aceitas e pactuadas com os municípios na Comissão Intergestores Bipartite do Paraná (CIB), conforme Deliberação nº 56/2021. A Sesa, em conjunto com a Celepar, está alinhando a migração da plataforma com o governo federal para que a mudança seja realizada o mais rápido possível.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.