Trabalho da Ouvidoria na campanha de vacinação contra a Covid-19 é destaque em prêmio

A Ouvidoria Geral da Saúde teve o trabalho reconhecido no 6º Prêmio Inova Saúde Paraná, após apresentar o relato de atendimento à população durante a vacinação contra a Covid-19, com mais de 2,5 mil manifestações recebidas sobre o assunto de janeiro a maio, pelo nível central da Ouvidoria, dentro da sede da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em Curitiba.

O trabalho “Imunização contra a Covid-19: manifestações dos usuários paranaenses” foi incluído no eixo de Direito em Saúde, Saúde Internacional e Bioética, durante a 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e Relatos de Experiências em Saúde, organizada pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Inesco). A premiação reconhece projetos e experiências exitosas na área de saúde pública e coletiva.

Primeiro Ouvidor do Sistema Único de Saúde (SUS), o secretário da pasta, Beto Preto, falou sobre a premiação. “É muito gratificante saber que o trabalho desempenhado diuturnamente pela Ouvidoria Geral da Saúde tem sido reconhecido em todo o Paraná. Desde o início da pandemia, estes profissionais têm colaborado para combater fake news, instruindo corretamente os usuários e acolhendo manifestações e denúncias”, disse.

Além de discorrer sobre o trabalho da Ouvidoria Geral da Saúde, a apresentação enfatizou 91 registros de denúncia de fura-filas –pessoas que desrespeitam a ordem de vacinação estabelecida pelos planos nacional, estadual e municipais de imunização contra a doença –, além do fluxo acordado entre a Sesa, Ministério Público do Paraná e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems) para apuração desse tipo de denúncia.

“É importante ressaltar que o trabalho da Ouvidoria não envolve somente reclamações ou dúvidas. Recebemos diariamente diversas sugestões, solicitações e elogios dos cidadãos paranaenses. Essa premiação demonstra que estamos no caminho certo, auxiliando a população em todos os assuntos que envolvem a saúde dentro do Estado”, disse a ouvidora-geral da Saúde, Patricia Maria Cardoso Ferreira.

Além dela, foram autores do relato as colaboradoras Aline Felix, Jucilene Santos de Oliveira e Juliana Malko de Souza.

Mostra Paranaense – Ao todo, 626 pessoas participaram do evento e foram inscritos 420 trabalhos. O tema central da Mostra foi

“A Saúde em tempos de pandemia: experiências e aprendizados”, com os objetivos de apresentar os resultados de pesquisas em desenvolvimento ou realizadas e contribuir para a expansão e a qualificação da saúde no Paraná, proporcionando a discussão das temáticas prioritárias de saúde do Estado

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.