Com uniforme, vassouras, rastelos, carrinhos e pás, os trabalhadores da Varrição Municipal percorrem mais de 100 quilômetros, diariamente em Guarapuava.
Esses incansáveis profissionais recolhem e limpam não apenas os resíduos descartados incorretamente, nas ruas, mas também folhagens e a poeira que se acumula no dia a dia.
“É gratificante, não só pelo trabalho, em ter um emprego, mas também pelo resultado, de ver tudo limpinho depois que a gente passa”, disse Ana Lorena Souza, tem muito prazer pelo ofício. Há 27 anos contratada para o serviço de limpeza.
Orgulhosos, os varredores dão duro para manter a cidade limpa por meio de um serviço essencial, que não parou nem durante a pandemia. Com expressão de alegria e algumas marcas no rosto devido a grande exposição ao sol, a Sandra do Belém contou que está há mais de cinco anos na varrição. Entre as dificuldades enfrentadas no dia a dia, segundo ela, estão o preconceito e a aceitação das pessoas pelo trabalho que ela desenvolve.
“No começo foi muito difícil, os familiares me encontravam na rua e fingiam que não me conheciam. Mas é um trabalho honesto, né? Isso vale a pena. Sem contar que eu faço muitas amizades todos os dias. É bom dia para cá, bom dia para lá”, contou.
Na teoria, cada gari percorre pelo menos 3,5 km por dia, mas, na prática, a distância parece ser bem maior, já que muitas vezes os percursos abrangem os dois lados de cada via e os canteiros. Há três anos, Vânia Lupepsa já se acostumou a fazer essa distância todos os dias.
“Vai chegando no final do dia eu quero só ir para casa descansar. Mas, a parte boa é que a gente vai ficando com o corpo de atleta, né?”, brincou.
A jornada de trabalho para os 42 funcionários é dura, de segunda a sexta, das 7h às 17h, e, aos sábados, das 7h ao meio-dia. Nos bairros da cidade, praças, locais de grande acesso da população. Seguindo a escala de limpeza, há ruas em que os trabalhadores da varrição passam mais de uma vez por dia.
O que poderia ser evitado, segundo a encarregada do setor de varrição, Rosâgela Mattos, se a população tivesse o hábito de descartar os resíduos corretamente.
“Se a população me ouvisse, eu pediria para que tivessem mais preocupação com o que jogam na rua. Estamos em meio a pandemia. Mas existem muitas outras doenças que podem surgir do lixo jogado na rua”, alertou