Nessa quarta-feira (14) foi o último dia do I Simpósio Internacional de Atenção Domiciliar (SinAd). O evento reuniu, durante esses três dias, centenas de profissionais da área da saúde de diversos Estados do Brasil, de Portugal e dos Estados Unidos, com o objetivo de orientar, preparar e possibilitar a troca de experiências, juntamente com a equipe do Programa Melhor em Casa.
O primeiro palestrante do dia, o médico do Serviço de Atenção Domiciliar, especialista em geriatria e mestrando pela Faculdade de Medicina da UFMG,
Fabio Junior Modesto e Silva, discorreu sobre o tema “Trabalho Interdisciplinar no Atendimento Domiciliar”. Na oportunidade, ele abordou diversos assuntos, como a Portaria Nº 825, de 25 de Abril de 2016, que redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme sublinhou, a Portaria possibilita a atualização das equipes habilitadas, destacando a diferença no desenvolvimento do trabalho realizado pela EMAD (Equipe Multidisciplinar de Atenção Domiciliar) e EMAP (Equipe Multidisciplinar de apoio) e o Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP), que, em síntese, defende o trabalho de toda a equipe em conjunto.
“A importância deste Simpósio é falar de Atenção Domiciliar e é também falar do futuro. E o momento de estarmos construindo este futuro, é agora”, destacou a Coordenadora do Programa Melhor em Casa de Guarapuava, Maria Theresa Melhem Pelissari.
O psicólogo, especialista em cancerologia, Ronny Kurashiki Oliveira, apresentou a palestra “A importância do Serviço Psicossocial e Espiritual nos cuidados paliativos”. Na ocasião, ele destacou a importância no trabalho realizado com esses pacientes e no que consiste o significado psicossocial. “A beleza do nosso trabalho, está em saber que o paciente teve uma boa vida e uma boa morte”, enfatizou o psicólogo.
Encerrando o evento, pela manhã, a psicóloga, doutora em Ministério e Capelã no Hospice of the Comforter (Altamonte Springs, Flórida, EUA), Eleni Klassen, explanou sobre o cuidado espiritual com o paciente paliativo. “A dor espiritual e emocional, é real, e consiste no tratamento da dor da alma”, descreveu.
Por fim, a PhD em Serviço Social, Letícia Andrade, falou sobre o trabalho realizado em relação ao atendimento social e a dor social. “A dor social, é a dor de caráter amplo e, às vezes, irrestrito, que acomete os indivíduos em diferentes situações. Na área da saúde, refere-se à somatória de circunstâncias que envolvem a condição de saúde/doença, seja como causadora, influenciadora ou potencializadora da doença instalada”, descreveu.
Durante a tarde, dando início as últimas programações, o prefeito Celso Goes, explanou sobre a importância da conferência. Para ele, o evento é essencial para divulgar os trabalhos realizados pelo Programa Melhor em Casa, além de ser motivo de orgulho, por se tratar de uma referência para outros municípios. “Só quem precisa e já precisou do excelente trabalho da equipe do Melhor em Casa, sabe como a abordagem de cada um deles é primordial nos casos de atendimento domiciliar. Tanto é, que em Guarapuava o serviço feito pelo Programa não tem reclamações da população. Todos estão de parabéns, pois é uma política pública verdadeira e que funciona muito bem aqui no nosso município”, enfatiza o prefeito.
A última conferência do Simpósio teve como temática a “Comunicação Compassiva na Atenção Domiciliar”. Os trabalhos foram conduzidos pelo enfermeiro Alexandre Ernesto Silva, coordenador do curso de Especialização em Cuidados Paliativos da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), e consultor do Serviço de Atenção Domiciliar de Divinópolis, em Minas Gerais. Encerrando o evento, foi realizada a premiação aos melhores trabalhos apresentados durante o encontro, com o troféu “Risolete Staben”, que foi a fundadora do atendimento domiciliar em Guarapuava.