Programa Meta20: Sanepar recebe Prêmio Sesi ODS 2022

O programa Meta20, lançado pela Sanepar em 2020 para estimular a economia de água pela população durante o rodízio no abastecimento da Região Metropolitana de Curitiba, foi um dos três finalistas do Prêmio Sesi ODS 2022 na categoria Inovação. A entrega do certificado ocorreu na quinta-feira (3) em Curitiba, no Congresso Sesi Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A fim de enfrentar a maior crise hídrica da história do Paraná, que afetou severamente os níveis de reservação das barragens de abastecimento da Região Metropolitana de Curitiba, a Sanepar adotou mais de 20 ações e tecnologias que orientaram a tomada de decisão sobre os sistemas de produção e distribuição de água.

Entre as ações, a Companhia desenvolveu projeto de pesquisa e inovação voltado à indução de chuvas e sua quantificação sobre as bacias de contribuição, implantou captações emergenciais de água em cavas e pedreiras, fez transposição de lagos e rios, em caráter emergencial, e antecipou obras estruturantes no sistema de abastecimento.

A campanha Meta20 de incentivo à redução do consumo de água pela população em 20% foi divulgada em mídia impressa, eletrônica e redes sociais, com orientações para o uso racional da água. Na média, a economia por parte da população foi de 17%, o que tem se mantido mesmo após o fim do rodízio.

Toda a estratégia de enfrentamento à crise hídrica permitiu que 6 bilhões de litros de água fossem disponibilizados nas bacias de contribuição dos sistemas de abastecimento, por meio da semeadura de nuvens. Os 673 dias de rodízio no fornecimento de água na RMC, atrelados ao sucesso na redução do consumo doméstico, trouxeram uma economia de 89,8 bilhões de litros de água, o que evitou o colapso do sistema.

ODS – O programa finalista do prêmio Sesi está relacionado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3: Assegurar vida saudável e promover o bem-estar para todos em todas as idades; ODS número 6: Garantir disponibilidade e manejo sustentável de água e saneamento para todos; e ODS 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.

“A Sanepar está comprometida com os ODS em todas as suas atividades e serviços, seja em relação ao abastecimento de água, seja em relação ao esgotamento sanitário. Isso não foi diferente no enfrentamento à maior crise hídrica no Paraná, que afetou o abastecimento público, com maior gravidade na Região Metropolitana de Curitiba”, disse o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile.

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Mulheres são maioria entre estudantes e professores das universidades estaduais

Elas representam 51% dos professores e 59% dos alunos; são pesquisadoras, professoras e alunas que ganham visibilidade pelos trabalhos e premiações

Nas sete universidades estaduais do Paraná, as mulheres se destacam como a maioria entre professores e estudantes. Dos 7.528 docentes, 3.833 são mulheres, representando 51% do total. Entre os 64.864 estudantes matriculados em 2024, 38.497 são mulheres, o que corresponde a 59% do total de alunos da rede estadual de ensino superior. Nesse cenário, as pesquisadoras, professoras e alunas têm ganhado visibilidade também em premiações, consolidando a crescente participação e influência feminina no meio acadêmico e científico.

Dados do Censo Demográfico, divulgado neste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que as mulheres representam 58,6% dos diplomados no Paraná, entre as diferentes modalidades de graduação. De acordo com a edição mais recente do Censo da Educação Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o índice de mulheres que concluíram a graduação chega a 62% no Paraná, superando a média nacional da presença feminina no ensino superior, que é de 61%.

Esses números reforçam o protagonismo das mulheres paranaenses na educação superior em âmbito estadual e nacional. Um exemplo é a professora Mariangela Hungria da Cunha, que atua nos programas de pós-graduação em Microbiologia e em Biotecnologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em Bioinformática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), além do Centro Nacional de Pesquisa de Soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Neste mês, a docente recebeu, em Brasília, o Prêmio Mulheres e Ciência 2025, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na categoria de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias. Ela foi premiada por um trabalho científico inovador, que propõe a substituição de produtos químicos por biológicos nas práticas agrícolas, promovendo uma agricultura mais sustentável sem comprometer o rendimento das culturas.

Mariangela destaca a atuação das mulheres na ciência como fundamentais para a construção de um conhecimento mais colaborativo. “As mulheres atuam muito em conjunto para unir ideias e conhecimentos diferentes, para conseguirmos atingir uma ciência mais ampla”, afirmou. “Nesta premiação, eu represento os mais de 200 alunos e mais de 50 colegas com quem já desenvolvi pesquisas e publiquei trabalhos”.

Representatividade – No ano passado, a professora Maria Luiza Rodrigues de Souza, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) conquistou premiações em nível regional e nacional pelo desenvolvimento de um material biológico produzido a partir da pele de um peixe, a tilápia, que serve como curativo para pessoas e animais.

Ela destaca a força e resiliência das mulheres na ciência. “Com foco, determinação e colaboração, nós, mulheres, desenvolvemos produtos e pesquisas de qualidade para a sociedade, buscando novos conhecimentos e resultados transformadores para a população”, pontua a docente, que atua no Departamento de Zootecnia da UEM.

As professoras Andressa Galli e Maria Lurdes Felsner, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), receberam uma premiação internacional por um artigo científico relacionado à poluição de corpos aquáticos. Ligadas ao Departamento de Química da instituição estadual, elas comentam a importância de abrir caminho para a participação de outras mulheres na ciência e de contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.

“Como mulher e pesquisadora, é inspirador ver como esse e outros projetos destacam a presença feminina na ciência e promovem impactos diretos na sociedade, incluindo melhorias que podem beneficiar a vida de outras mulheres”, exaltou Andressa Galli, que atua nas áreas de Química Analítica e Química Ambiental. ”O fato de o projeto ser liderado por mulheres reforça a importância da representatividade no meio científico e mostra que as mulheres são protagonistas na busca por soluções inovadoras, sustentáveis para questões sociais”.

Além do prêmio que recebeu com a colega de departamento, a professora Maria Lurdes Felsner, recebeu outros dois prêmios internacionais por uma publicação sobre a classificação de açúcar mascavo usando inteligência artificial. A docente, que atua nas áreas de desenvolvimento de metodologias analíticas e aplicação de ferramentas quimiométricas, ressalta a importância de atrair mais visibilidade e investimentos para a pesquisa científica, assegurando avanços significativos e impactos positivos para a população.

“Essa visibilidade pode atrair novas parcerias, investimentos e talentos para a universidade, fortalecendo a posição como instituição de excelência em pesquisa e inovação, servindo também como inspiração para novos profissionais da química, especialmente mulheres, pois demonstram que é possível superar barreiras e alcançar posições de destaque no meio científico e industrial, independentemente do gênero”, disse a professora.

“Com essas pesquisas inovadoras e uma atuação colaborativa, as mulheres da rede estadual de universidades do Paraná sinalizam um papel transformador na ciência e na sociedade, e inspiram futuras gerações, contribuindo para um cenário científico com mais diversidade e inclusão”, enalteceu o secretario estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.