Prefeitura de Guarapuava revela dívida de aproximadamente R$45 milhões
Somente em dezembro, saldo negativo alcançou R$ 15 milhões, apontam os registros
A Prefeitura de Guarapuava informou que, após a posse e a análise detalhada dos dados financeiros do município, foi identificado um cenário de endividamento superior ao divulgado, pela gestão passada, no final de 2024. Os números apontam que o panorama de endividamento da prefeitura é maior.
Segundo a atual administração, no levantamento parcial, as contas com valores empenhados e já liquidados e aquelas com valores ainda a liquidar devem ultrapassar os R$ 45 milhões de reais. Os recursos são, principalmente, para honrar contratos de prestação de serviços.
Apesar do anúncio de um saldo positivo de R$ 2 milhões no caixa municipal no final de dezembro, a apuração considerou apenas uma fonte de recurso livre. Além disso, conforme a prefeitura, ainda não foi realizado o repasse de R$1.900.000,00 ao Fundo de Previdência dos Servidores Municipais, referente ao mesmo período.
A equipe responsável está revisando empenhos e reorganizando os recursos para garantir o pagamento das dívidas. O prefeito Denilson Baitala reafirmou o compromisso da gestão com a transparência e a responsabilidade fiscal.
“Vamos honrar os compromissos assumidos, mas antes estamos checando se o que foi contratado foi realmente feito ou entregue. Isso não compromete os serviços essenciais oferecidos à população, mas exige cautela nos gastos para não comprometer investimentos futuros. Temos que organizar a casa”, ressaltou o prefeito.
O secretário de Finanças, Luciano Crotti, destacou que o levantamento completo será concluído em breve. “Em dezembro, considerando todas as fontes livres, registramos um saldo negativo de aproximadamente R$ 15 milhões. O fechamento definitivo do orçamento municipal será realizado apenas ao final de janeiro. Estamos analisando contratos e ajustando as pendências identificadas”, explicou.
“A situação não é nada boa. Além da grande dívida que compromete o orçamento nesse início de mandato, estamos levantando os problemas de infraestrutura e conservação dos prédios públicos. Essas são questões que prejudicam a população, refletem na qualidade dos serviços e teremos que dar prioridade.”, declarou Baitala.
As principais fontes de recursos do Município neste início de ano são o Fundo de Participação dos Municípios, parte da arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores , IPVA, e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias – ICMS. “Ainda não sabemos o total de repasses e a arrecadação em janeiro de 2025, por isso vamos ter que adaptar o nosso planejamento e priorizar os serviços essenciais para atendimento da população”, finalizou Crotti.