Paraná recebe mais 136,5 mil doses da AstraZeneca, última parte do lote da semana

O Paraná recebeu mais 136.500 doses da AstraZeneca/Fiocruz na noite desta sexta-feira (6). Os imunizantes contra a Covid-19 chegaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, por volta das 20 horas, complementando a 35ª pauta de distribuição do Ministério da Saúde.

Ao todo, o governo federal encaminhou ao Estado 415.790 doses nesta sexta. A maior parte do lote, com 279.290 vacinas, desembarcou no Paraná à tarde, via terrestre – o conjunto é formado por 177.840 doses da Pfizer/BioNTech, 97.300 da AstraZeneca/Covax e 4.150 Janssen/Johnson & Johnson.

Segundo o Informe Técnico, 57,6% das doses são destinadas à primeira dose (D1) ou dose única (DU) e 42,4% para a segunda aplicação (D2). São elas: 138.060 Pfizer/BioNTech D1, 97.300 AstraZeneca/Covax D1, 4.150 Janssen/Johnson & Johnson DU, 39.780 Pfizer/BioNTech D2 (referente à 20ª pauta) e 136.500 AstraZeneca/Fiocruz D2 (da 21ª pauta).

Distribuição – O material começará a será distribuído pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) neste sábado (7).

As vacinas serão encaminhadas pela manhã para as Regionais de Saúde de Foz do Iguaçu, Cascavel, Campo Mourão, Umuarama, Cianorte, Paranavaí, Apucarana, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Toledo e Ivaiporã (via aérea) e à tarde para as Regionais de Saúde de Paranaguá, Metropolitana, Ponta Grossa, Irati, Guarapuava, União da Vitória, Pato Branco, Francisco Beltrão, Maringá, Londrina e Telêmaco Borba (por meio terrestre).

Remessas – Esta é a segunda remessa de imunizantes enviada pelo governo federal nesta semana. Na quinta-feira (5) o Paraná recebeu 129.870 doses do lote de 187.470 vacinas contra a Covid-19 da 34ª pauta.

Com a nova remessa, o Estado somará 603.260 doses recebidas neste período, sendo 398.180 D1 ou DU e 205.080 D2. Somando todos os envios, o Paraná recebeu 10.467.510 de doses e chegará a 10.604.010 com o lote desta noite.

Vacinômetro – Até a tarde desta sexta, o Paraná já aplicou 8.521.967 vacinas, sendo 6.061.602 D1, 2.460.365 D2 ou DU

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.