A escassez de recursos naturais é um problema crescente no Brasil. De acordo com um estudo do Instituto Trata Brasil, em 2022, o Paraná desperdiçou 35,7% da água tratada, um volume suficiente para encher 305 piscinas olímpicas diariamente. Além disso, o estado registrou um aumento de 7,3% no consumo de energia elétrica em 2024, conforme dados da Copel.

Para ajudar a mudar essa realidade, a Escola Atuação criou o Projeto Água e Energia, no qual estudantes do 5º ano atuam como fiscais ambientais, monitorando diariamente desperdícios como luzes acesas e ventiladores ligados sem necessidade. Ao identificar irregularidades aplicam “multas” educativas, e, caso os problemas persistam, há penalizações leves, como restrição temporária ao uso de espaços externos, incentivando a conscientização e a adoção de hábitos mais sustentáveis.

“Percebemos que grande parte do desperdício acontecia por falta de atenção ou desconhecimento da importância desses recursos. Então, decidimos tornar os alunos protagonistas dessa mudança, fazendo com que observem, registrem e conscientizem toda a comunidade escolar sobre boas práticas ambientais”, explica o professor de Ciências e organizador do projeto, José Juski.

Além do monitoramento diário, o projeto também promove encontros semanais para reflexão e debate sobre os resultados. Juski destaca que essa ação tem gerado um impacto positivo não apenas na escola, mas também na rotina dos estudantes fora dela. “O simples fato de saberem que estão sendo observados já aumentou a atenção das turmas, reduzindo significativamente o desperdício. E percebemos que esses hábitos sustentáveis também estão sendo levados para dentro de casa”.

A diretora da Escola Atuação, Carolina Pereira Frizon, reforça a importância de iniciativas como essa para a formação dos alunos: “Ensinar sustentabilidade na teoria é fundamental, mas permitir que os estudantes vivenciem isso no dia a dia faz com que realmente entendam o impacto de suas ações. Pequenos gestos, quando multiplicados, fazem uma grande diferença para o futuro do planeta”.