Oito meses depois de sofrer acidente, motoboy volta à ativa

Existem pessoas na vida que, realmente, mexem com a nossa emoção em uma demonstração gigante de força de vontade e capacidade para lidar com os problemas sejam eles quais forem, não importando o tamanho que tenham. É o caso do jovem motoboy Dherysiel Wilhan de Lima, 19 anos, de Guarapuava.

Estudante do Colégio Agrícola, Will, como é chamado pelos amigos, não se formou porque não pode fazer seu estágio. O motivo: um acidente que, por pouco, não lhe tira a vida. Sobreviveu. Perdeu uma das pernas, mas ganhou a vida, como ele mesmo contou. “Deus me deu uma nova oportunidade”, disse o sempre bem humorado motoboy.

Will relembra do acidente sem nenhuma mágoa ou queixa do caminhoneiro imprudente. Um domingo que jamais será esquecido por ele.

“Fui buscar um remédio para um amigo, á tarde, quando voltava pela BR-277, na terceira faixa, fui fechado por um caminhão pela esquerda, podando ele, estava chovendo, tinha aquaplanagem na pista, eu fui segurando a moto para não bater nele, mas não consegui segurar, apertei o freio de trás ela derrapou, cai de costas fui rodando e bati minha perna no rodoar de um outro caminhão e quebrei ela [a perna]”.

Uma tragédia que poderia ser evitada caso o motorista do caminhão fosse um pouquinho mais prudente e enxergasse que em cima de uma moto não apenas um motoboy, mas um pai de família, um filho, um trabalhador que só quer levar o sustento para casa, como tantos outros profissionais. Culpado ou inocente? Não se soube até hoje.

“Não sabemos se ele era culpado ou não, mas tinha espaço para ele passar, tinha tempo para passar e o caminhão foi fechando, como não dava pra mim passar, porque ele estava invadindo à esquerda, eu tentei segurar e não consegui. Tive que apertar o freio de traz. Tentei segurar por causa dele, e aconteceu o pior comigo, explicou Will.

Do acidente, porém, ele tirou o melhor. “Por sorte Deus me guardou não foi pior o acidente, eu sai com vida. Deus me deu mais uma chance e estou com vida e com saúde, mais uma oportunidade. Quando amputaram minha perna eu estava desacordado, fiquei 16 dias desacordado. Tentaram salvar minha perna, mas deu infecção generalizada, e por isso teve que ser amputada. Tudo aconteceu como desacordado.  Não vi a amputação, não sabia da amputação. Quando acordei e vi que estava sem a perna não reclamei, agradecia a Deus por estar com vida”, comentou emocionado.

Essa adversidade não tolheu os sonhos e as vontades de Will. Oito meses depois do acidente, já estava em cima de uma moto (adapatada) de novo, fazendo o que mais gosta: andar de moto.

“Claro que sou muito agitado, não gosto de ficar parado e isso me bateu uma fraqueza, mas encarei como um obstáculo para eu passar, vi que tinha pessoas do meu lado e não me deixaram enquanto eu estava lá isso me deu muita força. Só um momento que eu preciso passar. Depressão é uma coisa séria. Não tive porque levei o acidente como um aprendizado, um desafio que a vida me deu, e eu gosto de desafio. Faz oito meses do acidente e eu continuo na ativa. Continuo trabalhando. E isso era pra mim passar, não era mais ninguém, era pra eu passar.”, comentou o motoboy, que continua nas entregas.

“Família é muito importante nesses momentos” contou Will. “Não sou casado mas namoro e minha família me abraçou, bastante amigos me abraçaram. Minha namorada Jociele Gery Protci, meu pai Edson de Lima, minha mãe Kelly Cristina, meu irmão Jherikson Nathan me ajudaram muito. Minha irmãzinha Marina Lima sempre do meu lado, me dando forças, toda minha família me dando força e os amigos também, sou muito grato por todos. No momento mais difícil a gente sempre vê quem são as pessoas verdadeira que estão ao seu lado, que te apoiam que te ajudam. Com apoio da família e dos amigos verdadeiros vamos em frente.

“Por sorte Deus me guardou não foi pior o acidente, eu sai com vida. Deus me deu mais uma chance e estou com vida e com saúde, mais uma oportunidade. No momento mais difícil a gente sempre vê quem são as pessoas verdadeira que estão ao seu lado, que te apoiam que te ajudam. Com apoio da família e dos amigos verdadeiros vamos em frente.

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