Artigo: O papel dos professores e o ensino personalizado na era da Inteligência Artificial 

A chegada das gerações nativas digitais (nascidos no final dos anos 2000, conhecidos como Z e Alpha) nas escolas tem sido desafiadora para os professores, pais e comunidade. Se há pouco mais de 20 anos para fazer uma pesquisa era preciso ir até uma biblioteca, hoje há um mundo de possibilidades na palma das mãos e com apenas alguns cliques de distância.

Dinâmicos, curiosos e sedentos por desafios, essas crianças e jovens que se adaptam facilmente às novas tecnologias, também esperam uma experiência personalizada em sala de aula. Depois da pandemia e das aulas online nos anos de 2020 a 2022, houve um crescimento acelerado de plataformas de educação que oferecem soluções de Inteligência Artificial para as instituições de ensino. Tanto os professores quanto os alunos passaram a ficar mais imersos no universo digital.

Depois da volta à rotina, boa parte das escolas decidiram ampliar ainda mais os investimentos em tecnologias oferecidas por empresas do ecossistema de educação. Para se ter uma ideia, segundo uma pesquisa da Deloitte junto com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) e com o apoio da AWS EdStart, o número de edtechs no Brasil cresceu 44% no ano de 2022.

Além disso, de acordo com a Expert Market Research, há uma expectativa de que o mercado global de edtechs, avaliado em US$ 230,6 bilhões em 2024, alcance US$ 542,4 bilhões até 2032. Já um outro estudo elaborado pela professora Rosa Maria Vacari da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), revela que até o ano de 2030, cerca de 50% das escolas públicas e privadas de todo o território nacional devem ter a Inteligência Artificial no dia a dia e 70% delas vão aderir a computação em nuvem. 

O fato é que o digital é um caminho sem volta e só reforça a importância do papel dos professores e pais. Nesse sentido, é preciso que o processo de aprendizagem dos alunos esteja não somente conectado com a realidade deles, como também proporcione uma formação humanística e crítica, educando cidadãos para o futuro, tanto na vida quanto para o mercado de trabalho.

O desenvolvimento de softskills, habilidades comportamentais, e hardkills, competências técnicas, por exemplo, é fundamental para que os alunos aprendam desde cedo a lidar com as diferenças entre as pessoas e reconheçam seus próprios talentos.

Já para os educadores, as ferramentas auxiliam  na otimização da rotina com apoio em tarefas administrativas e repetitivas, ganhando mais tempo para fazer o que mais importa: ensinar e alcançar melhores resultados em aprendizagem. Além disso, as plataformas oferecem um suporte individualizado aos estudantes, de acordo com as necessidades de cada um. Em relação aos pais também é importante haver um engajamento para que as crianças e jovens tenham uma jornada de aprendizagem além da escola. 

A meu ver, a IA vem para agregar e revolucionar as formas de ensinar e aprender, principalmente quando as instituições de ensino públicas e privadas entendem a necessidade de trazer essas mudanças para todo o ecossistema educacional. Dessa forma, teremos alunos mais satisfeitos e engajados e escolas com capacidade de preparar cidadãos para o futuro.

 João Leal é co-fundador e CEO da Árvore, uma plataforma com mais de 10 anos de atuação no segmento de educação, referência em tecnologia que utiliza Inteligência Artificial para desenvolver estudantes de escolas públicas e privadas de todo o país.

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