O equilíbrio no uso da inteligência artificial no ensino
Instituições de ensino e profissionais devem estar atentos às possibilidades de uso das ferramentas sem distanciar o professor e o estudante do papel central da educação
A introdução da inteligência artificial (IA) no ambiente educacional traz uma série de oportunidades e desafios tanto para os estudantes quanto para os profissionais. À medida que plataformas como o ChatGPT, o Copilot e o Gemini se tornam mais acessíveis, é essencial que as instituições de ensino reflitam sobre como integrar essas ferramentas de forma responsável para evitar que o aprendizado dos alunos seja comprometido.
Hoje, as crianças e adolescentes que estão em fase escolar têm, com um simples comando virtual, acesso a todo tipo de informação. Respostas precisas sobre assuntos diversos, dicas sobre viagens e resumos de livros são apenas algumas das mensagens que as ferramentas de IA oferecem. Com toda essa facilidade, as atenções das instituições e dos professores devem estar voltadas ao mal uso dessas plataformas.
Para Everton Drohomeretski, diretor administrativo do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) a IA é uma nova ferramenta de pesquisa, assim como eram as bibliotecas e, posteriormente, os mecanismos on-line de buscas. No entanto, para que o uso contribua para o processo de aprendizagem, é indispensável que seja ligado à tutoria de um professor e ao acompanhamento da família. “Se você dá um microscópio a um aluno que não foi orientado pelo professor, há uma grande chance de ele usar esse microscópio de forma incorreta e não tirar proveito dele”, diz. Da mesma forma acontece com a IA.
Com a orientação adequada, é possível despertar a consciência no estudante, para que as ferramentas tecnológicas se tornem propulsoras para o desenvolvimento. Para que esse cenário aconteça, é essencial que os educadores estejam capacitados para orientar as novas gerações em relação à utilização das ferramentas. Drohomeretski ressalta que programas de formação continuada e de fácil acesso podem colaborar para o desenvolvimento de metodologias que integrem as novas plataformas ao dia a dia em sala de aula de forma proveitosa.
“Muitas vezes, a IA vai criar respostas. Sem a tutoria de um professor, o indivíduo acabará fazendo um trabalho com informações que não são reais. Como uma ferramenta complementar para o aprendizado, para a pesquisa e para o estudo ela é muito importante, desde que o aluno seja orientado”, conclui o diretor.