Número de poços artesiano na regional Guarapuava cresce 64%

O número de poços artesianos cresceu 64% na região de Guarapuava, de janeiro a junho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019.

De 39 pedidos de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) – emitidos pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) nos seis primeiros meses de 2019, – houve um salto para 107 pedidos em 2020. A ART identifica de forma legal, objetiva e rastreável, que a obra foi planejada e executada por um ou mais profissionais legalmente habilitados pelo Sistema Confea/Crea, e que cabe exclusivamente a este, ou a estes profissionais a responsabilidade técnica pela obra ou serviço realizado.

Os poços são a melhor alternativa quando há um grande consumo de água, como em indústrias, na agricultura ou em condomínios.

O crescimento abrupto de número de ARTs para poços artesianos – ou poços tubulares, como também são chamados – pode ter sido provocado por uma combinação de fatores, como a previsão de estiagem no início deste ano; a facilidade e agilidade nos pedidos de outorga com a implantação do e-protocolo; o programa Água no Campo, do governo estadual, entre outras situações.

Mas a demanda do início de 2020 foi mesmo tão grande que o tema começa a preocupar especialistas, como o coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Química, Geologia e Minas do Crea-PR, Abdel Hach.

“Quando se explora um aqüífero sem a técnica adequada, há um grande risco de subsidência, ou seja, de o solo começar a afundar. A tensão neutra, exercida pelo recurso hídrico, preenche os vazios no solo e, se a extração for feita sem controle, sem que o tempo de recarga de água seja respeitado, podemos rebaixar o lençol freático, criar cones de interferência e afundar o solo”, avisa.

O Inspetor do Crea-PR, Engenheiro de Minas Flávio Borges, ressalta a importância deste serviço ser desempenhado por um engenheiro. “Há a necessidade de muito estudo e planejamento para a execução correta do poço. O engenheiro habilitado verifica desde a adequação do local até as consequências que o poço pode ocasionar no aquífero”, explica.

Atualmente, todos os poços artesianos devem ser averbados no Instituto das Águas do Paraná para que seus proprietários possam ter direito de uso do recurso – a outorga. Também é obrigatória a realização de análises químicas da água consumida no poço.

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