Negociação não avança e greve dos bancários continua no Paraná

Os bancários rejeitaram novamente a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), apresentada na sexta-feira (9) e na terça-feira (13) com os mesmos valores, e a greve continua no Paraná. A negociação deve ser retomada na quinta-feira (15). A paralisação nos bancos do estado começou no dia 6 setembro, na maioria das cidades, e completou uma semana na terça-feira.

Os trabalhadores exigem a reposição da inflação mais 5% de aumento real. De acordo com o sindicato da categoria, a Fenaban apresentou reajuste de 7% nos salários e demais benefícios, mais abono de R$ 3.300, como fez na sexta-feira.

A avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e membro do Comando Nacional, Elias Jordão, que participou da negociação, é negativa. Para ele, a expectativa era de uma nova proposta, com avanços. Os bancos não avançaram na melhoria das condições de trabalho e na manutenção de postos de emprego, disse.

A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), 70% das agências bancárias permaneceram fechadas no estado. São mais de 15 mil trabalhadores paralisados em 735 agências e oito centros administrativos. A federação representa 85% do total de bancários no estado.

A greve não prejudicou o atendimento nos caixas eletrônicos das agências, mas aumentou o atendimento nas casas lotéricas em até 40%, segundo o Sindicato dos Empresários Lotéricos do Paraná (Sinlopar). Com isso, as filas são inevitáveis.

Consumidor

A orientação do Procon-PR é para que os consumidores busquem meios alternativos como casas lotéricas, correspondentes bancários como farmácias e supermercados, caixas eletrônicos, internet e aplicativos de celular, e até mesmo o próprio fornecedor, para efetuar os pagamentos e evitar o acréscimo de juros e multas nas contas.

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Paraná é o estado que menos cobra imposto na cesta básica, aponta estudo

Dos 29 produtos mais consumidos no Brasil, 22 deles têm alíquota zero no comércio paranaense; ovo, café e as carnes têm ICMS zerados

O Paraná é o estado que menos cobra Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Brasil em produtos da cesta básica, de acordo com o mais recente levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado nesta quarta-feira (26). Vilões da inflação no país neste mês de março, alimentos como o ovo, café e as carnes têm o ICMS zerados no Paraná. Paraíba, Roraima e Sergipe são os estados em que o ICMS mais pesa sobre os produtos da cesta básica.

Dos 29 produtos mais consumidos no Brasil, 22 deles têm alíquota zero no comércio paranaense. Esse é um dado que impacta diretamente no bolso do consumidor, que tem um imposto a menos para pressionar o preço dos produtos.

Entre eles está o café, bebida que vem tirando o sono dos brasileiros. Conforme mostra o levantamento da Abras, apenas Paraná e Amapá isentam o produto que acompanha o brasileiro todas as manhãs. Nos demais estados, a alíquota varia entre 7% e 20,5%.

Essa desoneração faz com que o custo do café da manhã do paranaense seja significativamente menor do que comparado ao restante do País. Até porque o Estado também é um dos poucos que traz ICMS zero para o pão francês – medida que é acompanhada apenas pelo Espírito Santo – e também na farinha de trigo, ingrediente fundamental na maior parte das receitas matutinas. Neste caso, apenas o Amazonas também traz o imposto zerado.

Outros itens do cardápio matinal também se beneficiam com a alíquota zero paranaense, como o ovo, as frutas, a manteiga e a margarina. Quem é adepto do chimarrão também não tem com o que se preocupar, já que o Paraná é o único a não tributar a erva-mate em todo o Brasil.

Outro ponto de destaque no levantamento da Abras é que o Paraná segue sendo o único estado brasileiro em que todas as carnes são temperadas com a isenção do ICMS. “A proteína animal é parte fundamental do prato de qualquer brasileiro e, por isso, seu preço impacta tanto no orçamento das famílias”, diz o secretário de Fazenda, Norberto Ortigara. “Seja boi, frango, peixe ou suíno, a mistura está garantida no Paraná”.

No restante do País, apenas Amapá e Alagoas não cobram o ICMS das carnes bovinas, suína, ovina, caprina e de aves. Já os peixes são isentos também no Amazonas, Pará, Bahia e Tocantins.

“O Paraná vem fazendo sua parte há muito tempo. O ICMS é zerado sobre a maior parte dos itens da cesta básica desde 2019 e sempre mantivemos essa carga tributária reduzida em respeito ao cidadão paranaense, responsável pela produção de boa parte dos alimentos consumidos no Brasil”, explica Ortigara. “Não se trata de uma política de momento, mas de uma decisão construída em benefício da população”. Segundo ele, 500 mil produtos da cesta básica passaram a ser isentos no Estado ao longo dos últimos seis anos.

Impacto do ICMS – O ICMS é o principal tributo estadual e o que mais impacta na arrecadação. Em 2024, ele representou 44,8% das receitas correntes do Estado, com um total de R$ 31,1 bilhões. Além de abastecer o caixa estadual para a manutenção de programas e serviços públicos, parte desse valor também é repassado para os municípios. Um quarto do montante arrecadado é distribuído entre as 399 cidades do Paraná, permitindo que esses recursos sejam aplicados em áreas essenciais como saúde, educação, segurança pública e transporte.

Inflação da Comida – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quinta-feira (27), revelou que os preços subiram cerca de 0,64% em todo o Brasil, número puxado principalmente pelos alimentos, que tiveram alta de 1,25% no período. E os maiores aumentos ficaram justamente com o ovo de galinha (19,44%), o tomate (12,57%) e o café moído (8,53%) — todos com ICMS zero no Paraná.