Macaco resgatado com ferimentos graves recebe tratamento na Unicentro

O Centro de Atendimento à Fauna Silvestre (Cafs) da Unicentro, localizado no campus Cedeteg, recebeu uma importante missão nas últimas semanas: tratar e recuperar um macaco bugio resgatado com ferimentos graves, pelo Instituto Água e Terra (IAT), em Antonina, litoral do Paraná.

A espécie está na lista dos animais ameaçados de extinção. Segundo o IAT, o animal vivia próximo a algumas comunidades no litoral do Paraná e era constantemente avistado sozinho e alimentado pelas pessoas – algo que não é considerado normal, já que a espécie vive em bando.

No resgate, o macaco apresentava queimaduras nas patas dianteiras e fratura exposta na pata traseira, devido a um choque elétrico seguido de uma queda.

“Ele subiu em um poste e acabou fechando o circuito entre a palma da mão e a cauda. Queimou a palma da mão e a cauda e, nesse processo, sofreu uma queda e um trauma importante no tronco, que resultou em uma inflamação e também uma fratura de tíbia e fíbula, duas fraturas na perna. Ele ficou muito assustado, com muita dor, com dificuldade de se apoiar e precisou de resgate”, explicou o coordenador do Cafs Unicentro, professor Rodrigo Antônio Martins de Souza.

Após receber os primeiros socorros em Curitiba, o animal foi encaminhado para cirurgia e tratamentos na unidade do Cafs de Guarapuava, que é destaque pela gama de serviços realizados.

“A escolha do nosso Cafs foi porque aqui nós temos um trabalho completo. A gente consegue operar os animais, nós temos as professoras da área de cirurgia veterinária que conseguem nos dar apoio, tem o acompanhamento clínico, tem as residentes do Serviço de Animais Selvagens, temos uma equipe de estagiários. Então, uma equipe muito capacitada para dar suporte para o animal para todas as suas necessidades”, avaliou Rodrigo.

Só depois dos atendimento iniciais, animal foi encaminhado à Unicentro (Foto: IAT)

Com o sucesso da cirurgia, o organismo do animal já apresenta uma melhora significativa. Após passar por cuidados intensivos, o macaco segue em observação.

“A cicatrização do osso é demorada, provavelmente ele vai continuar com a gente por alguns meses. Mesmo com a remoção da bandagem para imobilização externa, ele ainda vai ficar um tempo em observação e reabilitação, vai reaprender a usar o membro que fraturou, vai treinar escalada assim que for possível.

Nesse primeiro momento, ele tem que ficar com restrição absoluta de movimentos, mas, a partir daí, a gente começa a estudar, junto com o gestor de fauna, que é o IAT, qual seria o destino mais adequado para o animal”.

Para Rodrigo, o grande desafio agora é adaptação do bugio a um espaço restrito durante o período de recuperação, já que estava acostumado com a vida livre.

“Ele é um animal que veio da natureza, tem uma série de dificuldades de adaptação ao cativeiro. Então, não é um animal que está totalmente fora de risco. Mas seguimos monitorando ele todos os dias e tratando as eventualidades que acontecem. O desafio agora é muito grande, porque, além de resolver as próprias lesões, ele tem um desafio grande na sua vida que é o cativeiro. Ele nunca esteve nessas condições antes”, finalizou.

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