Lar Retiro Feliz vira CMEI administrado pela prefeitura

O prefeito de Guarapuava, Celso Góes, e o secretário de Educação, Pablo Almeida, fizeram a transição da gestão do Lar Escola Retiro Feliz, que anteriormente era gerido por uma organização não governamental e que agora, passa a ser um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) sob a administração direta da prefeitura.

O Lar Escola Retiro Feliz já era amplamente reconhecido por seu compromisso com a educação e assistencialismo, mas agora, como CMEI municipal, terá a oportunidade de expandir sua capacidade de atendimento e proporcionar uma experiência ainda mais enriquecedora para as crianças”, explicou o prefeito.

De acordo com o secretário Pablo, a nova mudança permitirá melhorias significativas no atendimento às crianças e uma oferta ainda mais qualificada de serviços.

“Com a gestão direta da prefeitura, o novo CMEI terá acesso a recursos adicionais para oferecer um serviço ainda mais qualificado e de excelência, investindo na infraestrutura, materiais pedagógicos, formação continuada dos profissionais e ampliação do quadro de funcionários. Por meio dessas ações, buscamos criar um ambiente acolhedor, seguro e propício para o desenvolvimento integral das crianças”, contextualizou o secretário.

O vereador Silvionei de Quadros (Nego Silvio), participou da ação e relembrou de quando estudou na instituição.

“Esse espaço fez parte da minha educação. Aqui aprendi muitas coisas que me ajudaram a me desenvolver como cidadão. Ver este espaço recebendo mais um apoio da prefeitura, me deixa muito feliz. Porque sei que as crianças vão ser ainda mais bem cuidadas, que terão suporte e material suficiente para ter um ensino de qualidade”, discursou.

Segundo a ex-diretora da instituição, Cleoni Xavier Rodrigues, o espaço existe há mais de 30 anos, dedicado ao cuidado e à educação das crianças da comunidade.

“Hoje encerramos um grande ciclo. Agradeço a todos que fizeram parte dessa jornada e contribuíram para o desenvolvimento da instituição. Espero que continuem carregando o nome Lar Escola, levando o melhor para as nossas crianças que é o principal foco nosso”, disse.

“Reconhecemos a importância do trabalho realizado pela ex-diretora Cleoni e de todas as pessoas que contribuíram para a história do Lar Escola Feliz. Seu empenho e dedicação foram fundamentais para construir uma base sólida para a educação infantil em nossa comunidade. Iniciamos hoje, uma nova jornada cheia de desafios. Sabemos da importância desse espaço e seguimos trabalhando para o desenvolvimento das nossas futuras gerações que são as nossas crianças”, finalizou a nova diretora, Silvana Bocalon.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.