Itaipu doa veículo elétrico para o TRE-PR

Iniciativa é uma contribuição para projeto de eletrificação da frota do Tribunal

A Itaipu realizou a entrega de um veículo elétrico para delegação do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) no final da manhã desta quinta-feira (31), no Centro Executivo da Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR). A cessão foi realizada pelo diretor-geral da Itaipu, Enio Verri; pelo diretor administrativo, Iggor Gomes Rocha, e pelo diretor jurídico, Luiz Fernando Delazari.

O veículo Renault Zoe, ano 2018, que pertenceu à frota da Binacional, está em ótimas condições e conta com aproximadamente 29 mil km rodados.

“O TRE do Paraná, como parte de um projeto do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), está comprometido com a transição energética e a descarbonização, valorizando a presença de veículos que não sejam movidos a combustíveis fósseis”, afirmou o diretor-geral da Itaipu, Enio Verri. “O TRE-PR tem um histórico de parceria com a Itaipu, e a entrega desse carro reforça nosso compromisso com a sustentabilidade e a transição energética. É um prazer entregar um veículo que fará diferença na nossa missão de salvar o planeta”.

O diretor jurídico Luiz Fernando Delazari também destacou a colaboração com o TRE. “Essa parceria resulta da sensibilidade do atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Sigurd, em relação à preservação do meio ambiente, sustentabilidade, descarbonização e formação de lideranças, incluindo mulheres e negros. A sensibilidade social do presidente é admirável e fundamental para o mundo civilizado. Esta parceria com a Itaipu certamente se desdobrará em outras ações sociais no futuro.”

O presidente do TRE-PR, Sigurd Roberto Bengtsson, relatou que esse é o primeiro carro elétrico do projeto de eletrificar a frota da instituição. “O Tribunal Regional Eleitoral possui uma usina fotovoltaica em Paranavaí (PR), modelo para o Brasil, que gera energia de forma sustentável. A doação deste carro pela Itaipu é simbólica e funcionalmente importante, ampliando nosso compromisso com a energia renovável e a redução de carbono”, completou Bengtsson.

A chefe de Comunicação do TRE-PR, Rubiane Kreuz, comentou que o carro será útil em diversas pautas da instituição. “Ele será utilizado para a visitação dos chefes de cartório aos locais de votação e irá gerar uma grande economia para o tribunal, além de promover a sustentabilidade.”

Também compuseram a delegação do TRE-PR o presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), Frederico Mendes Júnior; o desembargador José Rodrigo Sade; o vice-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Fernando Antônio Prazeres; o presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (AMAPAR), Marcel Ferreira dos Santos; o diretor-geral da Escola da Magistratura do Paraná (EMAP), Clayton de Albuquerque Maranhão, e a analista judiciária do TJ-PR, Patrícia Elache Gonçalves dos Reis.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.