A situação de emergência obrigou, na noite da última segunda-feira (23), a evacuação preventiva de cerca de 5 mil pessoas em localidades da região de Maule devido ao descontrole dos incêndios florestais, informou o Escritório Nacional de Emergências (Onemi) em seu último boletim.
O território afetado é 20 vezes maior que o registrado em janeiro do ano passado e inclui principalmente áreas rurais do centro do país, garantiu a presidente Michelle Bachelet.
Só na região de O’Higgins (centro), um incêndio consumiu mais de 44 mil hectares, tornando-se o pior dos últimos 18 anos.
“O país enfrenta o maior desastre florestal da sua história, mas superaremos a emergência”, afirmou Bachelet, que devido aos incêndios cancelou viagem à República Dominicana, onde participaria da cúpula de presidentes da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).
Há 40 incêndios ativos, 47 focos controlados e 14 extintos, segundo o último boletim do Onemi.
Até o momento, os incêndios de janeiro deixaram três brigadistas mortos e três feridos, enquanto o dano no setor agrícola e pecuário das regiões afetadas “não foi significativo”, informou o ministro da Agricultura, Carlos Furche.
A emergência levou o governo a mobilizar mais de 4 mil efetivos militares, bombeiros e brigadistas, além de 37 aeronaves, caminhões-pipa e maquinaria pesada para combater o fogo, principalmente nas regiões de O’Higgins e el Maule, no centro do país.
Nessas áreas foram registrados os incêndios mais agressivos dos últimos 50 anos, onde mais de 200 habitantes de localidades rurais e cerca de 90 mil hectares de florestas foram afetados. As duas regiões se encontram sob estado de catástrofe desde sexta-feira passada (20).
O número de incêndios aumentou 16% no período 2016-2017 em comparação com 2015-2016, enquanto a superfície afetada aumentou 1.182%, segundo a Corporação Nacional Florestal (Conaf).
De acordo com o governo, no Chile são comuns os incêndios durante a época de estiagem. Cerca de 90% deles são provocados por ações humanas, mas os registrados neste ano foram influenciados por um novo problema: as mudanças climáticas.
O fenômeno causa uma seca recorrente no país há oito anos, e em janeiro provocou temperaturas superiores a 35 graus, que propiciaram um cenário propício a fortes chamas em florestas e cultivos.
Agência France Presse