Formandos em Medicina lutam por hospital universitário em Guarapuava

Fundado há seis anos, o curso de Medicina da Unicentro terá sua primeira turma formada neste mês de dezembro

O Centro Acadêmico Marco Antônio Zago (CAMAZ), representando os estudantes do curso de Medicina da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava, intensifica sua mobilização para reivindicar a implantação de um Hospital Universitário (HU) na cidade. A demanda se arrasta há anos e afeta diretamente a qualidade da formação acadêmica e a assistência à saúde na região.

Fundado há seis anos, o curso de Medicina da Unicentro terá sua primeira turma formada neste mês de dezembro. Contudo, os estudantes enfrentam desafios significativos devido à falta de um HU. Sem uma estrutura própria, o curso depende de parcerias para acessar campos de estágio, muitas vezes compartilhados com instituições privadas que têm mais recursos financeiros e, consequentemente, maior facilidade para vencer licitações.

“Todas as universidades estaduais do Paraná têm hospitais universitários, menos a Unicentro”, destaca o CAMAZ. Essa disparidade compromete o acesso a estágios e práticas essenciais para a formação médica, obrigando os alunos a buscar alternativas em cidades vizinhas.

Modelo de gestão e entraves políticos

Embora o Hospital Regional do Centro-Oeste, localizado em Guarapuava, esteja completamente estruturado, os acadêmicos relatam que a gestão terceirizada, conduzida pela FUNEAS, impede o acesso efetivo dos estudantes e professores da Unicentro às instalações. Isso inclui restrições à realização de cirurgias, atividades acadêmicas e residência médica no hospital.

Durante uma reunião recente com a Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), realizada em 28 de novembro, foi proposta a transição da gestão do hospital para a Fundação de Apoio à Unicentro (FAU). Essa medida permitiria que o hospital funcionasse como um HU, integrando ensino, pesquisa e assistência à saúde.

“A gestão universitária seria capaz de compreender as necessidades dos acadêmicos, garantindo a integração das práticas de internato, residência e pesquisa ao funcionamento do hospital. Além disso, a mudança ampliaria os serviços de saúde para a população”, explicou o CAMAZ em nota.

Impactos para a saúde regional

Além de beneficiar a formação acadêmica, a implantação de um HU teria reflexos positivos para a 5ª Regional de Saúde, que engloba Guarapuava e cidades vizinhas como Inácio Martins, Turvo, Prudentópolis e Irati. A região enfrenta sérias deficiências no sistema de saúde, que poderiam ser minimizadas com o aumento na oferta de atendimentos e especialidades proporcionado pelo HU. “O HU seria um motor de crescimento e qualidade de vida, promovendo o desenvolvimento regional e fortalecendo a relação entre a universidade e a sociedade”, reforçam os estudantes.

Mobilização social

Com a formatura da primeira turma marcada para o próximo dia 18 de dezembro, os acadêmicos pedem o apoio da população para pressionar as autoridades estaduais a tomarem providências. A principal demanda é que o Governo do Paraná viabilize a gestão universitária do Hospital Regional de Guarapuava, garantindo condições dignas para a formação dos futuros médicos.

“Não aguentamos mais lutar sozinhos por um direito que é nosso”, desabafa o CAMAZ. “Pedimos que compartilhem nossa causa e ajudem a expor essa situação para que algo seja feito.”

Como ajudar

A campanha organizada pelos estudantes pode ser acompanhada nas redes sociais do CAMAZ, onde também há informações sobre como participar da mobilização. O post completo, com mais detalhes sobre a luta dos acadêmicos, está disponível no Instagram: @camazunicentro.

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