Férias Escolares: Energisa alerta para a segurança das crianças

Chegou o período de férias escolares e a criançada, com mais tempo livre, precisa de atenção. Na lista de cuidados que devem ser redobrados pelos pais e responsáveis estão os acidentes elétricos que, só no ano passado, causaram a morte de 66 crianças em todo o país, conforme os dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). 

Segundo a coordenadora de Saúde e Segurança da Energisa, Juliana Volpi Favaretto, as crianças estão expostas a riscos de acidentes elétricos dentro e fora de casa, o que traz para os adultos a responsabilidade de adotar medidas que garantam a segurança dos pequenos.

“Os cuidados devem ser priorizados a todo momento. Antes mesmo de o bebê começar a engatinhar e explorar os ambientes da casa, os pais precisam antever e prevenir qualquer situação que possa causar um acidente, colocando protetores nas tomadas e não deixando fios expostos, que podem ser um atrativo para os filhos”, destacou a coordenadora.

Com as crianças maiores não é diferente: uso de benjamins para ligar vários aparelhos na mesma tomada, eletrodomésticos energizados e brincadeiras próximas à cerca elétrica estão entre os cenários favoráveis a um acidente.

“Por mais que as brincadeiras dentro de casa possam parecer mais seguras, equipamentos como videogame, computador, celular e tablet também merecem atenção: os pais não devem permitir que as crianças brinquem com eles enquanto estão carregando na tomada” enfatizou Juliana, observando que essas mesmas orientações valem para os adultos que costumam usar o celular enquanto carregam.

Para os que preferem a diversão ao ar livre, o principal cuidado quanto à eletricidade está na brincadeira com pipas. “Acompanhe as crianças e fiscalize os adolescentes para que brinquem apenas em campos de futebol, parques ou áreas abertas onde não tenha fiação. A pipa pode enroscar nos fios e, ao tentar resgatá-la, a diversão também pode resultar em um acidente fatal”, reforça a profissional da Energisa Sul-Sudeste.

Confira as dicas da Energisa para prevenir acidentes elétricos com a criançada:

Faça uma revisão periódica e mantenha as instalações elétricas de sua residência em bom estado;

Não use fios emendados, velhos ou danificados, nem deixe-os expostos e soltos;

Coloque protetores nas saídas de energia e use tomadas no novo padrão do Inmetro;

Evite usar benjamins (conhecidos como T) ou extensões, pois podem provocar superaquecimento, curtos-circuitos e até incêndios;

Não deixe que as crianças fiquem colocando ou retirando aparelhos elétricos da tomada;

Lembre-se: água e eletricidade não combinam. Deixe aparelhos elétricos longe da água e, ao usar qualquer equipamento, esteja sempre com calçados e mãos secas;

Nunca aproxime bastões, hastes ou outros objetos de fios e cercas elétricas;

Por fim, não solte pipas em dias de chuva ou de vento muito forte. Em caso de relâmpagos, recolha a pipa imediatamente.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.