Lembranças
Hoje com 28 anos de idade, o ex-aluno do JAA Sebastião de Paula lembrou da carta que escreveu em 2010, sendo que muita coisa prevista no papel se realizou. No seu caso, o relato tratou das expectativas em relação ao futuro do meio ambiente. “Acho que bateu bastante coisa. Na época, eu achava que o planeta estaria melhor, mais bem cuidado, e vejo que hoje está todo mundo empenhado na conservação de solos, de APPs [Áreas de Proteção Permanente]”, avaliou o ex-aluno, hoje funcionário público do setor de obras do município de Rio Azul.
Seu antigo colega de turma, Edevaldo Pelepeka lembrou que 2010 era um ano eleitoral e sua carta tratou das expectativas em relação à política brasileira. “Muita coisa mudou de lá para cá, inclusive as oportunidades de mudar a política, tanto para o que há de bom, quanto para o que há de ruim”, refletiu. Hoje com 31 anos, Pelepeka atua na área agrícola e destaca a importância do programa do SENAR-PR na sua trajetória. “O JAA dá suporte para a pessoa continuar no campo. Hoje planto fumo e soja e uso algumas planilhas que aprendi na época do JAA”, recordou.
Segundo o instrutor do SENAR-PR Sérgio Krepki, responsável pela iniciativa da cápsula do tempo, a ideia surgiu da vontade de reencontrar os alunos anos depois. “Quando falavam ‘2020’ parecia tão longe. Mas eu queria ter um termômetro para saber quem daquela turma ficou no campo, quem foi para outra atividade”, recordou. Estima-se que 70% dos 20 alunos da turma de 2010 ainda permanecem no meio rural.
“Essa turma era especial, muito interessada. Na época não houve desistência. Para os alunos que não puderam comparecer a essa cerimônia, eu vou entregar a carta pessoalmente”, prometeu o orientador agrícola e mobilizador da BAT, Miguel Chubanski, importante parceiro do SENAR-PR na região. Chubanski foi o responsável por localizar parte dos ex-alunos do JAA.