Estudantes de colégios estaduais terão três refeições ao dia

Os mais de 1 milhão de alunos da rede estadual de ensino vão receber, agora, três refeições por dia nas escolas. O governador Ratinho Junior anunciou, nesta quarta-feira (01), a ampliação do programa Mais Merenda, que passa a oferecer mais um lanche na entrada e outro na saída de cada turno, além da merenda regular que já é dada nos intervalos das aulas.

A oferta de três refeições por turno iniciou em 2020 como um projeto-piloto em cinco Núcleos Regionais de Educação (NREs), mas com a paralisação das aulas por causa da pandemia de Covid-19, retomou no ano letivo de 2021. Agora, vai abranger todos os 2.109 colégios da rede estadual.

“É o maior programa do País de segurança alimentar nas escolas. As crianças e os adolescentes entram na escola e se alimentam, comem no recreio e, antes de ir embora, se alimentam de novo, para ir com a barriga cheia para casa”, destacou Ratinho Junior. “Somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo e não podemos admitir que nossos alunos frequentem as aulas com fome. O Paraná quer ser exemplo para o Brasil na alimentação escolar”.

O governador também destacou a gestão do recurso pelas escolas. “É uma forma de distribuição de renda na economia local. Os diretores farão as compras nos mercados, mercearias, panificadoras e de cooperativas de agricultores próximos de sua unidade, movimentando o bairro e todo o entorno”, completou.

Mais Merenda – O Governo do Estado está destinando um recurso extra de R$ 40 milhões ao fundo rotativo das escolas, que serão responsáveis pela compra dos alimentos, fortalecendo também o comércio local. Além disso, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) deve ampliar o repasse de alguns produtos que compõem a merenda.

A ideia é que no início de cada turno seja oferecido um lanche com pães, bolos ou bolachas, e chás, sucos, achocolatados ou bebidas lácteas, além de lanches ou frutas nas saídas dos turnos. Na merenda servida nos intervalos das aulas, os estudantes comem refeições completas, com arroz, feijão, carne, vegetais e outras guarnições.

“O dinheiro já está nas escolas para a compra desses produtos extras. O programa já está funcionando, os alunos estão comendo bem, as merendeiras e todos os funcionários estão felizes por mais esse incentivo nas escolas”, ressaltou o secretário estadual da Educação e do Esporte, Renato Feder.

Para o prefeito de Colombo, Élder Lazarotto, a iniciativa do Estado pode ser replicada nos municípios, incentivando também a economia local. “Além de dar garantia da alimentação aos alunos, já que muitos deles fazem as principais refeições na própria escola, ele ainda vai fomentar o comércio próximo, porque o Estado vai repassar esse recurso diretamente para as escolas, que vão adquirir de mercearias e produtores locais”, afirmou.

Projeto-Piloto – A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte iniciou em fevereiro de 2020 o projeto-piloto do Mais Merenda em cinco Núcleos Regionais de Educação (NREs): Guarapuava, Irati, Laranjeiras do Sul, Ivaiporã e Pitanga.

Em março daquele ano, com a suspensão das aulas presenciais, o governo determinou, pelo Decreto nº 4.316/2020, que os alimentos adquiridos para o atendimento das três refeições por período fossem destinados ao atendimento das famílias de alunos beneficiárias do então programa Bolsa Família, atendendo todas as instituições de ensino da rede estadual.

Com o retorno das aulas presenciais em 2021, o projeto-piloto foi retomado nos mesmos NREs, atendendo 209 escolas estaduais e aproximadamente 62 mil estudantes, com a oferta de um lanche na entrada de cada turno, além da refeição no intervalo das aulas. Agora, são mais de 1 milhão de alunos atendidos.

No Colégio Estadual Zumbi dos Palmares, que tem 955 estudantes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio nos três turnos, os alunos já recebiam as três merendas, após uma organização da diretoria com os produtos recebidos.

“Nossos alunos passam muita dificuldade social, e muitos se alimentam na escola, a única refeição deles é aqui”, contou a diretora Heloísa Ursina da Silva. “Ter as três refeições é essencial no desenvolvimento do ensino e aprendizagem deles. Aumenta também o nosso potencial, enquanto professores e gestores, de trabalhar com estudantes bem alimentados”.

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