Engenharia Florestal: a busca pela harmonização entre o homem e a natureza
A profissão é uma das fiscalizadas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), que verifica se as obras/serviços relacionados à profissão são acompanhados por um profissional responsável e se há o respectivo registro de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
O mercado de atuação do Engenheiro Florestal é amplo, com a possibilidade de trabalhar em diversas áreas, como topografia e georreferenciamento, licenciamentos ambientais, assistência técnica em perícias judiciais rurais, florestais e ambientais, arborização urbana e paisagismo, recuperação de áreas degradadas, produção de mudas e melhoramento genético de espécies vegetais, silvicultura e manejo florestal, tecnologia e produtos diversos com origem florestal. Além disso, a produção de produtos madeireiros e não madeireiros é ponto forte em empresas e propriedades rurais.
O Paraná, por concentrar um volume expressivo de empresas do setor de celulose e madeira reflorestada, tem ambiente favorável para os profissionais, os quais atuam em todas as etapas do processo de produção, desde a semente até o produto final. Outro fator positivo é a quantidade de pequenas propriedades rurais, o que amplia as possibilidades de prestação de serviços, seja diretamente na área florestal ou nas áreas de atribuições mais abrangentes, como topografia e licenciamento ambiental.
Assim como as demais profissões existentes, a Engenharia Florestal também foi impactada positivamente pela tecnologia e inovação. O uso de imagens aéreas agilizou o planejamento e a execução dos serviços de campo, gerando economia de tempo de trabalho e mais precisão nos laudos e projetos.
Além disso, o uso de drones possibilitou o imageamento em tempo real e atual das propriedades. Outros avanços estão relacionados ao número de universidades que oferecem o curso no país, atualmente mais de 70, e instituições de pesquisa como a Embrapa e entidades estaduais, que contribuem com pesquisas e desenvolvimento permanente de tecnologias na área.
E os avanços tecnológicos não param por aí, tecnologias como a nanocelulose, a previsão de quedas de árvores mesmo antes dela cair, com uso de equipamentos como os tomógrafos, preservando a saúde das mesmas e evitando danos a infraestruturas urbanas e a vida humana, a integração da floresta ao meio urbano, a madeira engenheirada para a construção civil, os processos de medições de florestas como tecnologias como Lidar e Laser Scanner, entre outras, são exemplos bem atuais.
A profissão, voltada para quem gosta de ir a campo, mas que também atua em laboratórios e escritórios, tem desafios, principalmente os que estão relacionados à adequação das necessidades das propriedades rurais e cidades frente à legislação ambiental e a preparação dos ecossistemas do planeta frente aos desafios das mudanças climáticas.
Mas foram as histórias sobre o manejo florestal sustentável na Amazônia que influenciaram Roberto Luiz Reginatto de Wallau a cursar Engenharia Florestal, na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), 2002. “Em 1999, eu morava em Manaus, e conheci um Engenheiro Florestal que era amigo do meu pai. Fiquei fascinado pelas histórias que ele contava”, relembra.
O profissional escolheu Francisco Beltrão, na região sudoeste do Paraná, para exercer a profissão e conta que, na sua área de atuação, o mercado da área florestal tem maior foco em inventários florestais para requerimentos de autorização florestal junto ao Instituto Água e Terra do Paraná (IAT).
“Desde 2009 tenho um escritório, com outros sócios, e prestamos serviços nas áreas de agronomia, geologia, ambiental e florestal. O relacionamento com o cliente é muito importante para entender suas necessidades e explicar o que pode ou não ser feito devido à legislação ambiental”, comenta.
Para ele, o mercado da engenharia florestal é amplo e diverso, com oportunidades também para os recém-formados, que podem atuar como profissional autônomo ou em empresas da área. “Não é uma profissão para ficar só no escritório”, pontua.
Carreira
O ensino florestal de nível superior teve início na Alemanha, na Academia Florestal de Tharandt, em 1911. No Brasil, o primeiro curso de Engenharia Florestal foi criado em Viçosa (atual UFV) em 1960, sendo posteriormente transferido para Curitiba (UFPR) e criado novo curso na UFV logo em seguida. O país foi o sexto país da América Latina a criar a carreira florestal. Atualmente, há cerca de 73 cursos de graduação em Engenharia Florestal em atividade no Brasil, além de diversos cursos de pós graduação na área, desde especializações até doutorado.