Covid-19: mais 329.380 vacinas chegam ao Paraná

Um total de 329.380 doses de vacinas contra a Covid-19 já estão no Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), em Curitiba. O lote, que desta vez foi encaminhado pelo Ministério da Saúde via terrestre, chegou na tarde deste sábado (31), às 16 horas.

Houve uma diferença no número de doses recebidas da CoronaVac (Butantan/Sinivac), em relação ao quantitativo inicial informado pelo Ministério da Saúde, que era de 152.800 – foram repassadas ao Estado 149.200. O residual de 3.600 doses será enviado na próxima remessa, segundo o ministério.

O lote é composto por 254.780 doses para aplicação no público geral por idade. São 180.180 vacinas da Pfizer/BioNTech (todas D1) e 149.200 da CoronaVac (Butantan/Sinovac), sendo metade D1 e metade D2, uma vez que o intervalo de aplicação desse imunizante é de apenas 21 dias.

Com mais esse quantitativo, o Paraná recebeu em apenas uma semana 978.800 doses de imunizantes contra a doença.

“São quase um milhão de doses recebidas do Ministério da Saúde em poucos dias. Isso reflete diretamente na diminuição dos internamentos e dos casos confirmados da doença no Estado.

Por isso, mais uma vez eu ressalto que a vacinação, aliada às medidas de proteção, como uso da máscara e álcool em gel, é a nossa arma para vencer essa batalha contra o vírus”, alertou o secretário da Saúde, Beto Preto.

A dinâmica de distribuição será a mesma adotada desde o começo da pandemia. No Cemepar, as vacinas serão armazenadas, cadastradas e separadas, de maneira proporcional, para todos os 399 municípios das 22 Regionais de Saúde do Paraná.

“A distribuição dessas doses já começa neste domingo (01). Parte vai por via aérea e as Regionais de Saúde mais próximas de Curitiba vão receber via terrestre. Temos enviado as doses em menos de 24 horas e desta vez não será diferente”, afirmou o secretário.

Avanço – De acordo com a Vacinômetro nacional, até o início da tarde deste sábado (31), os municípios paranaenses já aplicaram 8.049.633 doses, sendo 5.746.444 com a primeira dose e 2.303.189 com as duas doses da vacina ou dose única.

O Governo do Estado vai imunizar todos os paranaenses adultos com a primeira dose ou dose única até 30 de setembro. A expectativa é de alcançar já no próximo mês 80% desse público. A maioria dos municípios já imuniza a faixa dos 30 anos no Paraná.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.