A busca por estabilidade financeira e a construção de um patrimônio, somada ao aumento das taxas de juros e à redução gradual da inflação e da taxa de desemprego tem contribuído para o crescimento do mercado de consórcios, onde o investidor consegue fugir das altas taxas de juros.
Segundo os dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), a venda de novas cotas entre janeiro e julho de 2023 cresceu 8,6% no comparativo com o mesmo período do ano passado, atingindo a marca de 2,4 milhões de adesões, recorde absoluto no histórico de seis décadas do sistema de consórcios no país.
Durante o período, o volume de crédito comercializado, a partir do recorde das adesões e alta do tíquete médio, alcançou R$ 178,19 bilhões, o que representa 25,2% de acréscimo no comparativo com 2022. Nos últimos cinco anos, o tíquete médio dos consórcios evoluiu significativamente, com um aumento nominal de 82,9%, superando a inflação do período.
A ABAC também destaca recordes no número de participantes ativos, totalizando 9,81 milhões em julho de 2023, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior. Isso representa uma nova marca histórica. A modalidade de veículos pesados registrou um aumento expressivo de 34,6%, e outros setores, como imóveis, motocicletas e veículos leves, também apresentaram aumentos notáveis.
A utilização do FGTS também se mostrado expressiva, no acumulado de janeiro a julho deste ano houve 1.880 consorciados-trabalhadores, participantes dos grupos de consórcios de imóveis, que utilizaram parcial ou totalmente seus saldos nas contas do FGTS para ofertar os valores em lances ou complementar créditos, totalizando pouco mais de R$ 108 milhões, de acordo com o Gepas/Caixa.
O movimento positivo é demonstrado nos números do estado do Paraná, que ocupa o terceiro lugar no Brasil em participantes ativos e também venda de novas cotas, ficando atrás somente de São Paulo e Minas Gerais. As contemplações somam quase R$ 60 mi.
A administradora paranaense, Consórcio Araucária, está há 45 anos no mercado e acompanha o crescimento nacional com uma elevação de 16% no primeiro semestre deste ano, com aumento de 18% no consórcio de imóveis, 13% em automóveis e 7% em motocicletas. A empresa também celebra recordes com mais de R$ 12 bilhões em créditos administrados, 70 mil clientes ativos em carteira e mais de 540 mil bens entregues.
“Existe um forte crescimento na procura pelos produtos que viabilizam a aquisição de bens móveis, imóveis e serviços. O consórcio é a alternativa que propicia essas aquisições por meio de planejamento financeiro, poupança programada e sem cobrança de juros.
Os últimos resultados mostram a reação do setor e a participação dele na retomada da economia nacional depois do período de instabilidade política e dos anos de pandemia”, avalia Alecsander Daré, Gerente Regional.
Os clientes são de diversas áreas, mas possuem o mesmo objetivo: poupar ou investir com segurança e mais retorno financeiro. O publicitário Clemilson Ribeiro adquiriu a primeira cota de consórcios em 2006, quando saiu da empresa onde trabalhava e resolveu investir.
“Participei de quase todas as modalidades de consórcio. Conquistei seis veículos, entre moto e carro, e agora tenho uma cota de consórcio imobiliário. Desde 2006 participo ininterruptamente, pois entendi que é um investimento. Hoje, vejo como diferencial poder optar por uma carta de crédito maior e pagar uma parcela menor até a contemplação para encaixar melhor no orçamento mensal”, completa.
O Consórcio Araucária destaca-se no mercado pela oferta de produtos exclusivos, como por exemplo o Troca Fácil, que apresenta ao consorciado a possibilidade de ofertar um veículo usado pelo valor da tabela FIPE ou um imóvel quitado como lance, sem a necessidade de vendê-los.
A novidade lançada neste mês fica por conta do Construfácil, modalidade em que o valor de um terreno entra como lance e o crédito líquido fica totalmente disponível para construir, e do Quita Fácil, onde os valores que já foram pagos para o banco ou construtora entram como lance para a quitação de financiamento imobiliário ou aquisição de um imóvel na planta.
Perfil do Consorciado
Segundo Daré, os homens ainda lideram a aquisição de cotas no Consórcio Araucária, mas em uma tendência nacional, as mulheres têm aumentado seus investimentos principalmente no segmento de serviços, que abrange viagens, cursos superiores, reformas, procedimentos estéticos e fertilização in vitro, por exemplo.
Os solteiros são maioria na compra de consórcios para carros e motos. Já os casados lideram a aquisição de imóveis. Entre a faixa etária, a venda de novas cotas se concentra entre o público de 30 a 45 anos de idade. Além disso, 73% dos clientes estão nas classes C e D, sendo que 39% possuem renda declarada de 4 a 10 salários-mínimos.
O estado do Paraná tem a maior representação na carteira de consorciados ativos do Consórcio Araucária, com destaque para as cidades de Cascavel, Maringá, Toledo e Curitiba..