Campanha ‘Aquece Paraná’ será lançada nesta terça-feira

O Governo do Estado inicia a terceira edição da campanha Aquece Paraná 2022, para trazer mais conforto e dignidade à população em situação de vulnerabilidade social nestes dias gelados, nesta terça-feira (17). É a data de início das arrecadações de cobertores e roupas.

A doação de cobertores é o foco da campanha, mas também serão aceitas roupas de inverno novas ou em bom estado de uso. Os itens podem ser levados até os quartéis do Corpo de Bombeiros e escritórios regionais da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho espalhados pelo Paraná ou por meio do aplicativo Paraná Solidário, que conecta o doador com as instituições.

Os municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do chamado “Corredor do Frio”, que engloba o Sudoeste, o Centro-Sul, a Região Metropolitana de Curitiba e Litoral, terão prioridade no recebimento das doações.

“Se cada um de nós ajudar com pouco, certamente faremos a diferença”, convida a superintendente de Ação Solidária do Paraná, Cristina Ricordi. “Mais um inverno rigoroso está chegando e neste momento o papel da ação solidária é trazer mais carinho e conforto para as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade. Esta ajuda é imprescindível para permitir que diversos paranaenses mantenham sua dignidade”.

“Essa campanha é um dos grandes sucessos do Governo do Estado. Só no ano passado foram mais de 50 mil peças de roupas e cobertores arrecadados e encaminhados para quem mais precisa, para ajudar a suportar esse frio intenso do nosso estado”, destaca o secretário de Justiça, Família e Trabalho, Rogério Carboni.

Para conferir mais informações e os endereços dos pontos de coleta em cada município, é só acessar o site da campanha http://www.aqueceparana.pr.gov.br/. A arrecadação vai até 28 de junho.

A realização é do Governo do Estado, por meio da Superintendência Geral de Ação Solidária. A Secretaria de Comunicação Social e da Cultura e a Defesa Civil ajudam a organizar a campanha.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.