Artigo: Senac, Educação Profissional que vale Ouro!

Em uma época de grandes transformações no mundo do trabalho, resultantes da constante evolução tecnológica e do surgimento de novas profissões, há uma necessidade cada vez maior de os brasileiros buscarem qualificação e atualização profissional. O mercado atual é altamente competitivo, seletivo e dinâmico. E neste contexto, destaco o papel fundamental do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) na formação de mão de obra qualificada no Brasil.

O Senac foca na Educação Profissional, no desenvolvimento de competências práticas e teóricas alinhadas às reais necessidades das empresas. E é sempre bom lembrar que nossas empresas precisam mais e mais de profissionais bem treinados e atentos às novidades do mercado, que sejam capazes de adotar e implementar novas soluções e melhorias para impulsionar o sucesso dos empreendimentos.

A participação vitoriosa do Senac na 47ª edição da WorldSkills – a maior competição de educação profissional do mundo, realizada recentemente na França – comprova que estamos no caminho certo, sempre em busca do melhor ensino profissional e atento às demandas do mercado. Trouxemos medalhas de ouro, de prata e de excelência para o Brasil! O ouro, de Bruna Martins, e a prata, de Estéfany Marengoni, são um reconhecimento significativo da competência das estudantes – e do Senac -, no cenário global de formação profissional; um marco importante alcançado pela instituição no contexto internacional.

Criado em 1946, o Senac é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que em 78 anos já realizou mais de 76 milhões de atendimentos, especialmente para pessoas em vulnerabilidade social. Somente em 2023, mais de dois milhões de brasileiros foram atendidos e 70% deles conseguiram uma colocação no mercado de trabalho. Atualmente, oferece mais de mil cursos e programas de formação inicial e continuada voltados para o setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. São cursos para ocupações de baixa complexidade, passando pelo ensino técnico, ensino superior e educação profissional.

O Senac, que faz parte do Sistema Comércio, também realiza parcerias com empresas e organizações para desenvolver projetos conjuntos, garantindo estágios e programas de formação que atendam às demandas específicas dos diversos setores produtivos. Um bom exemplo disso são os Fóruns Setoriais que a instituição promove periodicamente. Os Fóruns reúnem profissionais, empresas e especialistas para discutir tendências, desafios e oportunidades naqueles setores; e toda essa troca de conhecimentos resulta em pesquisas sobre o mercado de trabalho muito úteis para as empresas.

Nada melhor, portanto, que ressaltar a enorme contribuição do Senac na formação profissional de tantos brasileiros e no sucesso de nossas empresas. Os números comprovam o reconhecimento de nossos cursos por empresas e instituições: 87,9% dos empregadores consideram o certificado do Senac um diferencial positivo no momento da contratação.

O Senac também promove a inclusão social e o acesso à Educação Profissional de pessoas de baixa renda. Dois terços de nossa receita são destinados ao Programa Senac de Gratuidade (PSG), que já beneficiou mais de 4,4 milhões de indivíduos desde a sua criação, há 15 anos. São cursos gratuitos e até mesmo vale-transporte oferecidos para facilitar o acesso às aulas; oportunidades valiosas que permitem a todos conseguir um emprego melhor ou avançar na carreira, reduzindo desta forma o desemprego e o subemprego no país.

Sem dúvida, o Senac desempenha um papel crucial na formação profissional dos brasileiros e no fortalecimento das empresas. Para os trabalhadores, é mais emprego, melhores salários, maiores chances profissionais. Para as empresas, significa aumento de qualidade e produtividade, além de maior competitividade no mercado.

É o Senac ajudando a impulsionar o desenvolvimento econômico do Brasil.

José Roberto Tadros é presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.