Artigo: Open Energy, democratizando o futuro energético

Você sabe dizer o que é Open Energy? Esse termo é um dos principais assuntos discutidos no setor energético atualmente. A solução representa uma mudança fundamental na forma como concebemos e interagimos com a energia. Similar ao conceito do open banking, o conjunto de regras do setor de energia segue a mesma linha do mercado financeiro, com o compartilhamento de dados entre as instituições seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados.

No conceito de Open Energy, o objetivo é promover a transparência e a conectividade entre consumidores e empresas do setor. Ao permitir que os consumidores acessem, compartilhem e gerenciem seus dados de consumo de forma transparente e interoperável, essa abordagem está gerando uma série de benefícios para todos os envolvidos no ecossistema energético.

Diante desse cenário, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) está incentivando esse movimento por meio de um sandbox regulatório, convidando empresas do setor elétrico a desenvolver projetos alinhados com a LGPD e com os princípios de sustentabilidade e transição tecnológica.

Dentro do conceito de abertura de acesso aos dados, o Open Energy busca conectar diferentes tipos de consumidores e modelos de geração de energia, utilizando análise de dados, comunicação IoT e Inteligência Artificial para enfrentar os desafios energéticos e ambientais futuros. As vantagens do open energy são visíveis tanto no âmbito corporativo, com aprimoramentos na geração, distribuição e comercialização de energia, quanto no consumo final.

A iniciativa amplia a diversidade de produtos e serviços energéticos disponíveis para empresas e a população em geral. Isso não só estimula a competição entre os prestadores de serviços de energia, mas também impulsiona a inovação para o desenvolvimento de soluções mais eficientes e sustentáveis. Além disso, a solução também incentiva os consumidores a adotarem fontes mais limpas e sustentáveis, o que contribui significativamente para a redução do consumo de energia proveniente de fontes não renováveis.

No que diz respeito à eficiência operacional, o Open Energy terá um papel crucial em melhorar toda a cadeia de fornecimento de energia. Além disso, com a abertura do mercado de energia elétrica, o sistema possibilitará que um maior número de consumidores escolha seus fornecedores de energia.

Este cenário só alcançará sucesso por meio da adoção ativa de novas tecnologias. As inovações permitirão a automatização de processos, a análise de grandes volumes de dados e a tomada de decisões mais ágeis e inteligentes. Diante dessa realidade, as distribuidoras de energia elétrica já estão utilizando tecnologias mais avançadas, como Smart Grids – Sistemas autorreguláveis de distribuição e transmissão, compostos pela aplicação e integração de tecnologias: Big Data, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning, que possibilitam a oferta de serviços melhores, além de proporcionar uma experiência mais personalizada aos consumidores.

Com a utilização dessa ferramenta, as distribuidoras conseguem realizar o monitoramento em tempo real do consumo, previsões de demanda e a identificação de oportunidades de economia e eficiência energética. Em relação à análise de dados, é possível apontar caminhos para uma integração mais eficiente das diferentes fontes de energia, aproveitando ao máximo sua disponibilidade e reduzindo o desperdício.

O papel do Open Energy passa pela democratização da energia, promovendo a inovação e a transparência, além de pavimentando um caminho mais sustentável e acessível para todos. Com a implementação desses conjuntos de regras, o setor de energia passará por uma transformação radical, trazendo benefícios tangíveis para consumidores, empresas e o meio ambiente. Este é o primeiro passo que promete gerar uma oportunidade única para reinventar o setor, abrindo portas para um futuro energético mais democrático, transparente e sustentável.

Octavio Brasil é gerente da CAS Tecnologia

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