Além dos efeitos evidentes, atividades físicas de lazer têm efeito químico cerebral associado ao prazer e podem ajudar na redução de diferentes tipos de câncer
Existe um mecanismo que desempenha enorme importância no contexto dos benefícios do exercício. Em geral muito bem documentados, os efeitos cardiorrespiratórios e metabólicos talvez sejam os mais valorizados, pois resultam em benefícios mais evidentes como melhora da resistência, aumento de força e desenvolvimento de massa muscular. No entanto, outro vantagem acionada pelo exercício é o que se manifesta através da química cerebral.
De acordo com o fisiologista Turíbio Barros, este é um campo que carece de melhor entendimento, pois não é ajustado pela frequência cardíaca, nem pela carga em um equipamento de academia nem mesmo pela distância percorrida.
“A ciência do exercício já identificou alguns mediadores químicos associados com os benefícios da atividade física na química do cérebro, dos quais as endorfinas parecem exercer papel importante na sensação de prazer”. Mas, de acordo com Turíbio, fica cada vez mais evidente que o entendimento deste mecanismo vai muito além da liberação de endorfinas.
REDUZ RISCO DE CÂNCER
A importância deste processo tem sido cada vez mais valorizada. Um artigo publicado recentemente no JAMA, uma das revistas científicas mais valorizadas no mundo inteiro, identificou também o benefício de atividades físicas de lazer na redução de 13 diferentes tipos de câncer, em um estudo realizado com mais de um milhão de pessoas.
Quando hoje em dia já se fala com convicção que Exercício é Remédio (Exercise is Medicine), cada vez mais fica evidente que a atividade física – e a sensação de prazer estimulada pela química cerebral – é um remédio que tanto pode curar como prevenir doenças de diferentes tipos.