Guarapuava recebe edição do Engenharíadas Paranaense

Neste ano, o Engenharíadas Paranaense, campeonato esportivo que reúne os cursos de Arquitetura e Engenharias das maiores universidades do Sul do Brasil, será realizado em Guarapuava. O evento ocorre entre os dias 30 de maio e 2 de junho.

“O Engenharíadas Paranaense são os maiores jogos do Sul do Brasil. As expectativas para o evento são as melhores possíveis. Muita disputa em quadra, nível esportivo muito alto e muita torcida. Trazer o Engenharíadas para Guarapuava após 10 anos é muito importante. É uma ótima cidade, com uma ótima estrutura. Fomos muito bem recebidos por todos os setores daqui”, comentou João Maioli, organizador do evento esportivo.

São estimados que cerca de quatro mil atletas farão parte das competições. Atletismo, futsal, natação, vôlei, vôlei de praia, basquete, handebol, judô, tênis de campo e tênis de mesa são as modalidades que são disputadas nas categorias Masculino e Feminino. O Futebol de Campo é apenas Masculino, já o Xadrez conta com equipes mistas.

“Nós da Secretaria de Esportes e Recreação, junto do refeito Celso Góes, estamos tentando dar as melhores condições nos espaços esportivos de Guarapuava, realizando melhorias, adaptações e reformas para receber grandes eventos, como vai ser o Engenharíadas.

Ainda este ano, também vamos ser sede dos Jogos Universitários, a fase macrorregional dos Jogos Escolares e o Paraná Bom de Bola. Trazer eventos esportivos deste porte para o Município também beneficia o comércio local, já que atrai muitas pessoas de fora”, declarou o Secretário de Esportes e Recreação, Milton Roseira.

Normalmente, 26 atléticas do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul participam dos jogos. No entanto, na edição deste ano, as duas atléticas de universidades do Rio Grande do Sul não estarão presentes por causa dos problemas enfrentados pelos alagamentos naquele Estado.

Confirmaram presença as atléticas de Guarapuava, Maringá, Ponta Grossa, Curitiba, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Londrina, Toledo, Medianeira, Cascavel, Apucarana, Umuarama, Francisco Beltrão, Pato Branco, Florianópolis, Dourados e Campo Grande

Confira a programação completa do evento, AQUI

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.