Guarapuava estreia como cidade federada em competição de atletismo

Pela primeira vez na história do Município, Guarapuava se torna uma cidade federada na Federação de Atletismo do Paraná (FAP). Essa conquista abre portas para os atletas locais competirem em eventos de destaque, estadual e nacionalmente, representando a cidade.

Neste contexto, os jovens talentos guarapuavanos se preparam para sua estreia federada no 2º Festival Paranaense de Atletismo Sub-14 e Sub-12, disputado em Apucarana neste sábado, 2 de março.

Segundo Milton Roseira, secretário municipal de Esportes e Recreação, essa conquista é muito relevante para a comunidade esportiva de Guarapuava.

“Anteriormente, os atletas, muitas vezes precisavam competir por outras cidades, mas agora têm a oportunidade de representar seu próprio município. Em razão da federação, o número de competições a serem disputadas irá aumentar. Isso, consequentemente desenvolve o potencial do atleta. Além disso, a federação possibilita que os competidores alcancem colocações e rankings que abrem portas para futuros apoios financeiros, como as verbas do projeto Proesporte”, disse.

Fernando Obal, responsável pela escolinha de atletismo do Projeto Esporte Futuro de Guarapuava, reforçou o trabalho realizado. “Agora, esses atletas carregam uma responsabilidade a mais nas competições estaduais. E eu tenho certeza, com base no que eles já fizeram e no potencial que têm, de que estão à altura desse desafio” assinalou Obal.

O Festival Paranaense de Atletismo engloba diversas modalidades, desde corridas de velocidade até lançamentos e saltos. Os atletas de Guarapuava estão ansiosos para mostrar seu potencial e representar sua cidade.

Salatiel Machado e Karielli da Luz Marsa, participantes do Projeto Esporte Futuro, deram provas desse entusiasmo.

“Olha, faz tempo que eu treino, mas toda vez que eu vou viajar me dá um nervosinho ainda. Mas estou bastante animada. Me dá uma alegria de pensar que nós somos um time e representamos Guarapuava”, contou Karielli, de 12 anos, que competirá no arremesso de peso e no salto em distância.

“É sempre muito desafiador”, acrescentou Salatiel, de 10 anos, que representará a cidade no salto em altura e nos 600 metros.

Antônio Marsa, pai de Karielli, está orgulhoso da filha, que vai em busca de duas medalhas de ouro nessa competição.

“Para nós, é uma alegria inexplicável. Ainda mais com a informação que a gente obteve aqui, de que agora o município é federado. É gratificante ver a evolução do esporte. E ela [Karielli] vai com a expectativa agora de pegar as duas medalhas de ouro. Isso é uma alegria inestimável, incomparável. Não há palavras para explicar” externou o pai de Karielli.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.