Em Guarapuava, as redes de supermercados também seguem esse crescimento, sendo que uma das unidades prevê inauguração de nova sede para 2017
Em meio à crise, as principais redes paranaenses de supermercado mantêm investimentos e anunciam quase uma dezena de novas lojas para este ano. São investimentos que ultrapassam os R$ 180 milhões e devem gerar, somente no estado, mais de dois mil empregos diretos.
Uma das explicações para a expansão está na própria característica do setor. Segundo Angelina Stockler, sócia-fundadora de uma consultoria de varejo, os mercados trabalham com um item de primeira necessidade e, por isso, é um dos últimos a sentir os impactos da crise e um dos primeiros a sair com a retomada econômica.
Assim, enquanto a economia brasileira começou a entrar em recessão a partir do segundo trimestre de 2014, o setor de hipermercados e supermercados sentiu o impacto apenas em 2015. No Paraná, o volume de vendas passou a apresentar resultados negativos a partir de novembro, quando registrou queda de 0,1% na variação acumulada em 12 meses.
Mercado sem crise
Apesar de o volume de vendas do setor estar em baixa, os supermercados paranaenses mantiveram investimentos e ampliaram o número de lojas nos últimos quatro anos.
Em 2015, os cinco maiores grupos do Paraná faturaram juntos R$ 10,7 bilhões e possuíam 160 lojas.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o setor investiu no ano passado R$ 3,9 bilhões, valor quase 60% superior ao previsto. A expectativa para este ano é que os investimentos alcancem R$ 3,2 bilhões. Já o faturamento nominal do setor atingiu R$ 315,8 bilhões em 2015, valor 7% superior ao registrado no ano anterior.
Para o presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Pedro Joanir Zonta, os hipermercados sentem mais os efeitos da crise, pois trabalham com itens de maior valor, como eletrodomésticos. Já os supermercados, que focam em produtos de consumo diário e material de limpeza, estão se mantendo ou crescendo. Um hipermercado é dividido por vários setores. O eletrodoméstico está com queda de 30%; as confecções, de 40%; e o bazar, 15%. Já no supermercado, como no setor de refrigerados, congelados, padaria, hortifrúti, não está havendo queda, explica Zonta.
Reduzir custos e aumentar a eficiência é uma tendência. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em 2014 o foco foi a reforma de lojas e, no ano passado, os grupos passaram a construir novas unidades e a destinar recursos para áreas de prevenção de perdas, automação e climatização.
Inaugurações marcam 2016
Os principais grupos de supermercado do Paraná mantiveram seus projetos de expansão para este ano projetando uma retomada econômica ao mesmo tempo em que aproveitam melhores condições para espaços estratégicos. A maior rede do estado, por exemplo, inaugurou duas novas lojas no primeiro semestre deste ano, ambas em shopping centers de Londrina. O investimento total foi de R$ 10 milhões e 600 empregos foram gerados direta e indiretamente.