Levy está forçando a barra

Não passam mais quinze dias e o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é carta fora do baralho do atual governo. Desde o início considerado um pássaro fora do ninho no núcleo petista, Levy, que já conviveu com ministros do PSBD, PMDB e PT quando era apenas um subalterno no Banco Central, sofre agora com os olhos de águia de quem o quer longe do Ministério.

Aqui, de longe, é difícil – mas não impossível – localizar de onde vem o ódio à pessoa de Levy. Alguns sinais são tão evidentes que parecem saltas aos olhos de quem vê à distância, imagina de quem está por perto.

Alguns bigodes não tão aparelhados, mas também na mira da Operação Lava Jato, parece ser a liderança que busca manter o seu cargo e defenestrar Levy. É bem verdade que o ministro da fala presa não parece ter compreendido o que está fazendo no cargo.

Agrediu a todos nós quando afirmou que todos estariam dispostos a pagar mais impostos fazendo um sacrifício pelo país. Nem Levy nem qualquer pessoa de sã consciência que já pisou no Ministério do Planejamento parece ter compreendido a realidade brasileira.

Estamos sufocados, gente. Empresários e cidadãos. Não será aumentando impostos que vamos sair do buraco. Pelo contrário. Mas também não será facilitando as coisas para apenas alguns segmentos da economia.

O que o Brasil precisa é de uma reforma econômica. Fazer todos pagar, mas pagar menos. Aumentar o bolo pela quantidade e não pelo aumento de impostos puro e simples. Resolver essa questão nunca foi puro e simples, mas está na cara que não é arrochando ainda mais o setor produtivo.

Alguns setores da economia já dão como certa a saída do Ministro. Ele está criticando demais seus pares – principalmente o seu desafeto direto, o ministro do Planejamento – e isso pode inviabilizar sua permanência na esplanada.

Ficar focado apenas no ajuste e não em outras alternativas para melhorar a Economia (cortar custos ainda mais, por exemplo) pode ser fazer com que o discípulo de Pedro Malan fique mal na fotografia, e nem consiga mais sair nela.

(Análise: João Alceu/Editor)

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Confiança do comércio paranaense segue em queda pelo terceiro mês

Avaliação das condições atuais da economia motiva recuo de 5,1% no indicador em março

A confiança do empresário do comércio paranaense caiu pelo terceiro mês consecutivo. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), aferido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), baixou para 96,6 pontos, uma redução de 5,1% em relação a fevereiro. Na comparação com março de 2024 houve uma diminuição de 7,1%.

A média brasileira do ICEC também registrou queda de 2,6% em março, alcançando 99,2 pontos, o menor nível desde junho de 2021, revelando o pessimismo dos empresários pela primeira vez em quatro anos.

O fator que mais tem impactado a opinião dos empresários paranaenses são as Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que marcam apenas 70,2 pontos neste mês, com uma retração de 8,0% na variação mensal. As Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) apresentaram baixa de 4,7% em relação a fevereiro, mas ainda estão acima da margem de 100 pontos, com 121,4 pontos, o que configura uma posição satisfatória.

Diante do cenário atual, os empresários podem considerar diminuir os investimentos. O fator Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) ficou em 98,2 pontos, mostrando uma redução de 3,2%.

Análise por porte empresarial

Os micro e pequenos empresários do Paraná são os menos confiantes, registrando uma queda de 5,1% no indicador de março. Com isso, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) recuou para 96,4 pontos, entrando na zona de insatisfação. O principal fator que contribuiu para essa retração foi a percepção sobre a situação atual (ICAEC), que apresentou contração de 7,9%, refletindo maior preocupação desse segmento empresarial.

Já entre os dirigentes de médias e grandes empresas do comércio, o índice segue no patamar positivo, com 106,6 pontos, apesar de uma queda de 3,6% em relação a fevereiro. Esse recuo é impulsionado, sobretudo, pelo aumento da incerteza quanto às condições atuais da economia e do comércio. O componente Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) foi o mais impactado, registrando uma expressiva retração de 10,2% na variação mensal.

Fonte: Fecomércio-PR