Levy está forçando a barra

Não passam mais quinze dias e o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é carta fora do baralho do atual governo. Desde o início considerado um pássaro fora do ninho no núcleo petista, Levy, que já conviveu com ministros do PSBD, PMDB e PT quando era apenas um subalterno no Banco Central, sofre agora com os olhos de águia de quem o quer longe do Ministério.

Aqui, de longe, é difícil – mas não impossível – localizar de onde vem o ódio à pessoa de Levy. Alguns sinais são tão evidentes que parecem saltas aos olhos de quem vê à distância, imagina de quem está por perto.

Alguns bigodes não tão aparelhados, mas também na mira da Operação Lava Jato, parece ser a liderança que busca manter o seu cargo e defenestrar Levy. É bem verdade que o ministro da fala presa não parece ter compreendido o que está fazendo no cargo.

Agrediu a todos nós quando afirmou que todos estariam dispostos a pagar mais impostos fazendo um sacrifício pelo país. Nem Levy nem qualquer pessoa de sã consciência que já pisou no Ministério do Planejamento parece ter compreendido a realidade brasileira.

Estamos sufocados, gente. Empresários e cidadãos. Não será aumentando impostos que vamos sair do buraco. Pelo contrário. Mas também não será facilitando as coisas para apenas alguns segmentos da economia.

O que o Brasil precisa é de uma reforma econômica. Fazer todos pagar, mas pagar menos. Aumentar o bolo pela quantidade e não pelo aumento de impostos puro e simples. Resolver essa questão nunca foi puro e simples, mas está na cara que não é arrochando ainda mais o setor produtivo.

Alguns setores da economia já dão como certa a saída do Ministro. Ele está criticando demais seus pares – principalmente o seu desafeto direto, o ministro do Planejamento – e isso pode inviabilizar sua permanência na esplanada.

Ficar focado apenas no ajuste e não em outras alternativas para melhorar a Economia (cortar custos ainda mais, por exemplo) pode ser fazer com que o discípulo de Pedro Malan fique mal na fotografia, e nem consiga mais sair nela.

(Análise: João Alceu/Editor)

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