Cesta básica em Guarapuava alcança em agosto maior valor em 23 anos

A cesta básica de alimentos, em Guarapuava, fechou, em agosto, no valor de R$ 536,26 – o maior já registrado pela Unicentro, desde que o Departamento de Economia (Decon) começou a realizar as pesquisas, em 1998.

Na comparação com o mês de junho deste ano, o reajuste foi de 5,89%. Já nos últimos 12 meses, o aumento acumulado foi de 35,66%, como explicou a economista responsável pela pesquisa e professora do Decon, Luci Nichay.

“Isso quer dizer que, em julho de 2020, o consumidor pagava R$ 395,31 por essa cesta de alimentos e em agosto pagou R$ 536,26”. Ou seja, uma diferença de R$ 140,95.

O Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas da Unicentro (Nepe) acompanha o valor da cesta básica em Guarapuava, há 23 anos e nos últimos três, esse trabalho segue, segundo a professora Luci, uma metodologia digital.

“A pesquisa considera uma base de dados, contendo milhares de preços atualizados pelo Programa Menor Preço, do governo do Estado do Paraná. O indicador do valor da cesta básica de alimentos de Guarapuava segue a metodologia do Dieese e é composta por um conjunto de alimentos que envolvem os seguintes grupos: hortifruti, grãos, laticínios, carnes, óleo de soja, café e pães”.

Conforme os dados da pesquisa, os produtos da cesta básica de alimentos de Guarapuava que apresentaram as maiores altas nos últimos 30 dias foram o açúcar, que subiu 18,73%, e o arroz, com elevação de 17,67%. Os derivados de leite, a carne bovina, o óleo de soja, o feijão e o café também tiveram aumento. O grupo de hortifruti foi o único que apresentou uma pequena queda – 0,49%.

“Economicamente falando, o valor da cesta básica de alimentos de Guarapuava mede a inflação local de alimentos. Portanto, o impacto econômico do aumento do valor da cesta básica é sentido pelas famílias, principalmente pelas famílias de baixa renda – por exemplo, nas famílias que ganham até um salário mínimo. A cesta básica de alimentos de Guarapuava consumiu, em agosto, aproximadamente, 49% do salário mínimo”, ressaltou a professora.

De acordo com Luci, a aceleração do valor da cesta básica de alimentos – tanto na cidade quanto no país – é decorrente de diversos fatores, como o aumento do consumo e desabastecimento no período da pandemia de Covid-19; desvalorização do real; aumento do preço dos insumos importados; além das questões políticas do cenário atual brasileiro.

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