Violência contra LGBT cresce em 2016, com 340 casos registrados

Dados preliminares do relatório de assassinatos entre a população LGBT no Brasil, feito anualmente pelo Grupo Gay da Bahia, mostram que 340 pessoas foram mortas por “LGBTfobia” em 2016. São 11 mortes a mais do que no ano anterior. Um assassinato a cada 28 horas.

A maior parte das mortes ocorreu em via pública por tiros, facadas, asfixia, espancamento e outras causas violentas.

Para a coordenadora do Programa Transcidadania, Symmy Larrat, além do machismo e conservadorismo, a impunidade dos crimes contribui para o aumento da violência. Segundo Symmy, também falta tipificar o crime de LGBTfobia.

“Para o Legislativo, nós não somos cidadãos. Os poderes públicos, ainda de maneira tímida, têm tentado construir ações, mas o Legislativo é completamente omisso. As escolas se negam a fazer qualquer debate sobre gênero. A gente não tá pedindo para ensinar o que é um gay ou uma lésbica, mas ensinar o respeito.”

Pessoas que apoiam e defendem a população também são alvos de violência. Segundo Symmy, o caso do ambulante Luiz Carlos Ruas, espancado até a morte após defender uma travesti, é apenas mais um entre muitos que não são noticiados no país.

Marcelo afirma que a ação do poder público é fundamental para combater o preconceito. “Nós não temos ainda a Coordenadoria LGBT em cada prefeitura. É importante que os prefeitos que estão tomando posse neste ano se preocupem em ter uma política pública contínua para a população LGBT.”

Rede Brasil Atual

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Em 2025, Paraná já teve 2.553 casos de violência contra a mulher; ano passado foram 20.592 casos

Denunciar e trazer discussões sobre o tema contribui para que medidas efetivas sejam feitas a fim de diminuir o problema, diz especialista

Segundo o Painel de Dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o estado do Paraná já registrou em 2025 o total de 2.553 casos de violações (Qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima. Ex. Maus tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas) contra a mulher.

O levantamento aponta que, desse número, apenas 362 denúncias foram efetivadas (Quantidade de registros que demonstra a quantidade de vezes em que os usuários buscaram a ONDH para registrarem uma denúncia). Na capital Curitiba, foram 574 casos registrados nesses três primeiros meses do ano.

Em todo o ano passado, o estado paranaense contabilizou 20.592 casos de violações contra a mulher e 3.103 denúncias, sendo 5.054 casos só na capital paranaense.

A coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera de Arapongas, Ma. Juliana Aprygio Bertoncelo, ressalta que a divulgação desses dados impulsiona a conscientização sobre o tema e o ato de denunciar contribui para que medidas efetivas sejam feitas a fim de diminuir o problema.

“A relevância social dessa abordagem é muito alta, pois se trata de um tipo de crime que deve ser denunciado e combatido. Trazer essa temática para o debate social conscientiza não apenas na identificação de condutas reprováveis, mas informa sobre onde e quando se deve denunciar. Além disso, é uma forma de as mulheres se sentirem acolhidas e apoiadas umas às outras”, avaliou a docente e advogada.

Por fim, a mestra em Direito dá dicas sobre como as mulheres podem pedir ajuda. Confira também os canais de denúncia:

  • Realizar a chamada ao 190 polícia e conversar como se estivesse realizando pedido de delivery, é uma forma muito útil de pedido de socorro, ao perigo eminente sofrido pela mulher;
  • Além disso, qualquer cidadão pode fazer denúncias através da Central de Atendimento à Mulher, pelo número telefônico 180. As delegacias especializadas não são direcionadas a tratar apenas destes tipos penais, permitindo um socorro de forma mais ampla;
  • As Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) realizam ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. Nas unidades, é possível solicitar medidas de proteção de urgência nos casos de violência doméstica contra mulheres.