Paraná já teve quase 200 casos de violência contra pessoas LGBTQIA+ em 2025

Ano passado foram 2.230 casos. Os números são do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos

A violência contra pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil é um problema sério e persistente. O país é um dos que possuem o maior número de assassinatos no mundo. Além dos assassinatos, há inúmeros casos de violência física e verbal contra pessoas LGBTQIAPN+. Muitas dessas agressões não são reportadas, o que dificulta a obtenção de dados ainda mais precisos.

Em 2024, o Brasil registrou, segundo o Painel de Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o total de 48.475 casos*, sendo apenas 5.681 denúncias efetivadas**. Em 2025, o Brasil já registrou 6.592 casos e teve 818 denúncias.

*Casos de violações: Qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima. Ex. Maus tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas.

**Denúncias: Quantidade de registros que demonstra a quantidade de vezes em que os usuários buscaram a ONDH para registro e formalização de uma denúncia.

O estado do Paraná teve, em 2024, o total de 2.230 casos de violência contra a população LGBTQIAPN+ e somente 291 denúncias. Este ano, ainda de acordo com o Painel de Dados do MDHC, este número de violações já está em 190 no estado, sendo 34 denúncias efetivadas.

De acordo com a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, Camila Escorsin Scheifer, grande parte desses casos englobam agressões físicas e psicológicas. “A população LGBTQIAPN+ sofre diariamente com a discriminação, que muitas vezes é uma forma velada de agressão. Essas pessoas sofrem diariamente com preconceito, exclusão social, violação de seus direitos fundamentais, muitas vezes falta de apoio familiar e barreiras para acessar oportunidades educacionais e profissionais. Tudo isso pode resultar em consequências graves, como angústia emocional, sofrimento psicológico, tristeza profunda, depressão e até tentativas de suicídio”.

Para a coordenadora, é necessário um amplo entendimento da população e dos órgãos responsáveis sobre o tema. “É crucial o engajamento crescente da sociedade e das autoridades em todos os níveis, por meio de políticas públicas que incentivem a conscientização sobre os direitos das pessoas LGBTQIAPN+, visando atingir mais gente e legitimar a luta pela causa, que afeta não apenas os indivíduos diretamente envolvidos, mas toda a sociedade”, ressalta Camila.

Existe uma vasta legislação responsável pela proteção dos direitos dos LGBTQIAPN+. Toda e qualquer pessoa pode fazer denúncias, seja a vítima ou mesmo quem tenha conhecimento do que acontece com outra pessoa. As denúncias podem ser realizadas por diversos meios, seja através da Polícia Militar (190), Civil (197), o Disque 100 (que funciona diariamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana) e canais eletrônicos. Ademais, órgãos como o Ministério Público, ou o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), podem ser procurados para defesa dos direitos difusos e coletivos da comunidade.

Para mais informações, acesse: LGBT | Secretaria da Justiça e Cidadania.

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Serviço Família Acolhedora de Guarapuava está com inscrições abertas

Programa possibilita que famílias possam receber crianças e adolescentes que estejam enfrentando situação de risco

O serviço Família Acolhedora está com as inscrições abertas para novos participantes. O programa é uma parceria entre Prefeitura de Guarapuava, o Ministério Público e o Poder Judiciário, e está presente no município desde 2017. Cerca de 223 crianças e adolescentes já passaram pelo serviço. O programa capacita famílias da comunidade para receber crianças e adolescentes que estão afastadas das suas famílias de origem por medida protetiva ou por determinação judicial. Os adolescentes que estiverem em acolhimento familiar até os 18 anos podem permanecer até completar 21 anos de idade.

Todas as pessoas podem participar, desde que atendam os requisitos:

Ter mais de 21 anos, sem restrição de sexo e estado civil;

Tenham participado de todas as etapas de capacitação e avaliação psicossocial, oferecidos pelo Serviço;

Residir no mínimo 1 ano no município de Guarapuava;

Possuir renda comprovada;

Não possuir antecedentes criminais;

Ter atestado favorável de saúde física e mental;

Não podem estar inscritos no Cadastro Nacional de Adoção;

Levar RG, CPF e certidão de nascimento.

O acolhimento familiar dura aproximadamente 18 meses, podendo se estender dependendo de cada processo, e recebem um subsídio para auxiliar nas despesas enquanto durar o processo. As famílias acolhedoras podem receber uma criança ou um grupo de irmãos.

O papel das famílias acolhedoras é essencial para garantir um ambiente seguro, estável e acolhedor. “As famílias que acolhem as crianças e os adolescentes, atuam em um momento de fragilidade, elas podem oferecer um atendimento individualizado e humanizado, atendendo às crianças e adolescentes em sua totalidade. Isso oportuniza aos acolhidos vivenciarem um lar amoroso e tranquilo. Além disso auxilia-os a enfrentar este momento difícil e a ressignificar suas histórias”, ressaltou a coordenadora e assistente social do serviço Família Acolhedora Regiane Cristina Lopes.

As inscrições estão sendo realizadas na sede do Serviço de Acolhimento de Família Acolhedora, que fica localizada na Rua Vicente Machado, 1015, no Centro, ao lado da DiagMax, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Para mais informações os interessados podem entrar em contato pelo número (42) 3142-0600, ou pelo WhatsApp (42) 3142-0536.