Mais de 800 mil acidentes de trabalho foram registrados no Brasil em 2018

Nesta edição apresentamos uma reportagem especial sobre a quantidade de acidentes no trabalho em Guarapuava e a nível nacional. Segundo dados do portal do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), entre 2012 e 2018, os gastos com benefícios acidentários foi de R$ 28,81 bilhões. Dados são alarmantes e demandam soluções rápidas e eficientes, sendo que a cada 48 segundos um trabalhador sofre acidente. Entre 2012 e 2018, foram registrados 4,26 milhões de acidentes de trabalho, o que resultou num gasto de 28,81 bilhões de reais em benefícios acidentários como pensão por morte, auxílio-acidente e doença e aposentadoria por invalidez. Os dados são do O estudo também mostra que o número de afastamento nas empresas brasileiras por acidentes de trabalho entre 2012 e 2018 foi superior a 335 milhões.

Com objetivo de trazer soluções para melhorar esse cenário, o Sistema Fiep, por meio do Sesi no Paraná, lançou o Sesi Viva+, uma plataforma que reúne diversas informações relacionadas à SST, como redução de riscos legais e de custos com saúde e afastamentos do trabalhador, prevenção de acidentes, aumento da produtividade no trabalho e suporte na gestão do eSocial. Segundo José Antonio Fares, Superintendente do Sesi e Senai no Paraná, a nova plataforma mostra, na prática, a missão e responsabilidade do Sesi para atender melhor e de forma mais focada as indústrias e os trabalhadores paranaenses. “O Sesi Viva+ agrega, de uma maneira inteligente, todas as informações relevantes sobre saúde, segurança e ambiente de trabalho. É um excelente instrumento que pode ajudar muito as indústrias do estado”, afirma.

 

REALIDADE GUARAPUAVANA

  Em Guarapuava no ano passado (2018), dois trabalhadores morreram no local de trabalho. Amilton Carvalho (37) foi vítima no setor de obras da empresa Dalba Engenharia, onde atuava como mecânico industrial. Outro acidente com óbito foi do trabalhador da Secretaria de Serviços Urbanos de Guarapuava (SURG), Lourival Rodrigues Lopes (66). O secretário do Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil, Celso da Silva Garaí disse a reportagem que os números são alarmantes e muito superior aos apresentados, já que muitas empresas preferem fazer um acordo com o funcionário, quando acontece um acidente, evitando assim de fazer o Comunicado de Acidentes de Trabalho (CAT). Infelizmente ainda temos locais de trabalhos, onde o trabalhador atua sem as mínimas condições de segurança e como sempre quem perde é ele e seus familiares, alertou Garaí. De 2012 a 2017 foram mais de 1,9 mil acidentes em locais de trabalho, sendo que destas, 1.767 tiveram afastamento médico, com subsídios do programa de recebimento de auxílio-doença do INSS.

 

Setor Público

 Emanuel Andrade é técnico de segurança da prefeitura de Guarapuava. Falando a reportagem ele disse que a prefeitura, tem mostrado preocupação com os colaboradores, desta forma, seu objetivo tem sido promover a saúde e o bem-estar aos servidores e estagiários. O departamento de Recursos Humanos da secretaria de Administração, no decorrer dos últimos anos vem executando atividades de forma gratuita aos servidores junto as divisões, a Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho composta por técnico em segurança do trabalho, psicólogo, assistente social, profissionais de fisioterapia, oficial administrativo e estagiários  atualmente oferece inúmeros programas, como; Aconselhamento Psicológico, visita psicossocial, Projeto Vida Saudável (alongamento, fortalecimento, treino de respiração e relaxamento), Ginástica laboral, brigadas, exames periódicos e levantamento de dados epidemiológicos. Também existem parcerias ativas no Espaço Saúde, como o de capoeira e meditação, que vem sido oferecido semanalmente. Infelizmente os índices de acidentes são altos pela falta de investimentos em treinamentos, equipamentos de segurança e a não implantação do programa de regulamentação das normas de segurança. Muitas empresas não respeitam a legislação de segurança e a medicina no trabalho, observou Emanuel. De acordo com ele o Regime Especial de Previdência começou a responsabilizar as empresas, quando ocorre acidentes e o trabalhador não estava com os equipamentos necessários e exigidos por lei. O INSS vem trabalhando ações de regressão de responsabilidade contra a empresa, fazendo com que ela venha arcar com custos de tratamento e os dias de afastamento do profissional em si. Na maioria das ocorrências vem acontecendo uma investigação para apurar de forma ocorreu o acidente, salientou.

 

PEQUENOS INCIDENTES

  Emanuel chama atenção dos trabalhadores principalmente do setor público, onde muitas vezes sofre uma queda ou uma torção e não faz o registro da ocorrência do fato em questão. Meses depois uma simples torção de joelho poderá apresentar maiores consequências, levando a necessidade de uma cirurgia e de que forma a pessoa vai provar que a consequência daquilo foi no local do trabalho, questionou.  

 O grupo de trabalho da prefeitura executa atividades com objetivo prevenir e reabilitar o servidor, fazendo-o se sentir melhor consigo mesmo, ajudando a aliviar o estresse e a tensão, expandindo a consciência corporal, integrando corpo e alma, gerando maior interação entre os servidores, aumentando o desenvolvimento profissional, desta forma, diminuindo o absenteísmo e prevenindo acidentes de trabalho. Entre os casos com maior incidência que resultou em afastamentos do trabalho estão: Fraturas, contusões, distensões, torção e lesões imediatas. A responsável pela Divisão de Medicina e Segurança do Trabalho e pelo Espaço Saúde, nas antigas instalações do Fórum é Lidiane Orane.

Os índices são alarmantes e preocupam especialistas em segurança do trabalho e sobrecarrega o sistema previdenciário

Fonte: observatoriosst.mpt.mp.br