Brasil é protagonista na transição para a eletromobilidade na América Latina

O Brasil apresenta potencial para se tornar líder no movimento global da eletromobilidade, visto que movimentou, aproximadamente, R$ 594,3 bilhões em faturamento anual, liderado por segmentos como infraestrutura, com R$ 445,9 bilhões, e componentes, com R$ 85,4 bilhões, segundo o primeiro Anuário da Cadeia Produtiva da Eletromobilidade, produzido pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Assim como os demais países, o Brasil tem acelerado os respectivos esforços no sentido de diminuir as emissões de carbono e adotar soluções sustentáveis. Inclusive, há um processo de interiorização nacional da eletromobilidade que, a partir dos avanços significativos em investimentos e impacto direto tanto na geração de empregos quanto de infraestrutura, se disseminou em diferentes regiões do país no último ano.

Vale destacar que o segmento de energia renovável nacional possibilita a integração de veículos elétricos com o menor uso de combustíveis fósseis na geração de energia. Isto torna a transição mais benéfica para o meio ambiente e, ainda, produz uma base sustentável para o crescimento da eletromobilidade.

Em 2024, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou um plano com 100 recomendações para eletromobilidade, com o intuito de atrair investimentos privados para a introdução de ônibus elétricos nas cidades. Fundamental para nortear futuras políticas públicas para eletrificação do transporte urbano no país, o documento contou com dezenas de organizações setoriais e fomenta a produção local, evitando assim a dependência de importações, além da nacionalização progressiva de baterias e a padronização de plugues e conectores, por exemplo.

Ainda de acordo com a ABVE, o país encerrou o último ano com um novo recorde de mais de 177 mil veículos eletrificados leves emplacados. Isto representa uma alta de 89%, se comparado aos quase 94 mil de 2023. Já para 2025, estima-se um crescimento de 40% nas vendas e, no mínimo, R$ 6 bilhões em investimento, o que consolida o Brasil como um dos mercados emergentes mais promissores neste setor.

É indiscutível o impacto econômico da eletromobilidade e a expectativa de crescimento sustentável no Brasil. Com projeção de alto investimento até 2027, este setor evolui aceleradamente frente aos avanços nas vendas de veículos elétricos, expansão da infraestrutura de recarga e crescente apoio de políticas públicas. Tais fatores apontam um amadurecimento estrutural do país e consolidam a mobilidade elétrica não apenas como alternativa sustentável, mas também viável e acessível.

Portanto, existem inúmeras oportunidades para inovação, investimento e colaboração entre os setores público e privado no Brasil. Aspirando a descarbonização e o fortalecimento da transição energética, a eletromobilidade trará transformação econômica e ambiental, além de colocar o país em destaque no cenário internacional. De fato, o veículo elétrico é o transporte do futuro.

Mikio Kawai Jr. é CEO e fundador do Grupo Safira. Bacharel em Economia e pós-doutor em Inovação pela Universidade de São Paulo, Mikio também é Mestre e Doutor pela Universidade Estadual de Campinas. O executivo possui mais de 23 anos de experiência no mercado de energia.

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O impacto dos juros na economia brasileira e o consórcio como alternativa eficiente

O debate sobre os rumos da economia no Brasil tem sido destaque em diversos setores da sociedade, principalmente após a vitória de Donald Trump, como presidente dos Estados Unidos. Isso porque o político tem como uma de suas principais premissas o rigor na taxação das importações, elevando os preços de produtos internacionais.

Além disso, o movimento de aumento nas taxas de juros nos últimos meses e a perspectiva que esta tendencia se mantenha, também tem gerado insegurança para a população brasileira, que pode ter seu poder de compra restringido. Entretanto, o debate sobre o aumento dos juros é complexo, uma vez que esta é uma ferramenta monetária utilizada para controlar a inflação.

Além disso, o movimento de aumento nas taxas de juros nos últimos meses e a perspectiva que esta tendencia se mantenha, também tem gerado insegurança para a população brasileira, que pode ter seu poder de compra restringido.

Por outro lado, as decisões a respeito da manutenção dos índices requerem a análise de diversos fatores, não só inerentes ao cenário nacional, mas os relacionados à política internacional, como os preços das importações, flutuação do câmbio, entre outros marcadores, que vão interferir diretamente no posicionamento do Banco Central.

Porém, a alta dos juros tem um efeito imediato no encarecimento do crédito, impactando nos valores das prestações de financiamentos bancários, sejam eles destinados à aquisição de veículos, imóveis ou bens de capital. Ainda aqueles que optam pela compra via financiamento estão sujeitos a não conseguir efetuar os pagamentos, compondo a estatística da inadimplência. Segundo dados da Serasa Experian, até outubro de 2024, o número de brasileiros inadimplentes chegou a 73 milhões.

Como resultado, muitos brasileiros postergam decisões de compra ou optam por alternativas que não comprometam sua saúde financeira a longo prazo, como o consórcio, por exemplo. A modalidade é isenta de juros e, com isso, o consumidor consegue adquirir bens por preços mais baixos. No comparativo, a taxa de juros pode chegar a 26% ao ano no financiamento de veículos, e 12% no setor imobiliário. Já no consórcio, a taxa de administração é de 1,5% e 1,3% ao ano, respectivamente.

Outra vantagem do produto é a organização financeira, já que ela pressupõe o planejamento. Mas é importante que, ao contratar uma cota, o consorciado tenha em mente que a contemplação não é imediata, ou seja, equilibrar as finanças e o tempo de acesso ao crédito é essencial.

Assim, a população que enfrenta dificuldade em poupar dinheiro ou no acesso ao crédito em instituições financeiras, como bancos, adere à modalidade como alternativa eficaz para adquirir bens e serviços, mantendo a economia do país aquecida.

Inclusive, dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC) revelaram que, em 2024, os negócios do setor aumentaram 19,6% em relação a 2023, atingindo a marca de R$ 378,73 bilhões em créditos comercializados e 4,49 milhões de cotas vendidas. Tais números confirmam o alto desempenho da modalidade e inflam a tendência do setor para 2025, que é de permanência na curva de crescimento, já que a Selic pode chegar a 15% até o fim de dezembro.

Em linhas gerais, o cenário econômico do Brasil é repleto de nuances, com índices flutuantes que tornam o controle das taxas uma tarefa nada simples. Entretanto, existem ferramentas, como o consórcio, capazes de driblar os obstáculos dos juros altos, mantendo o poder de compra dos brasileiros e, consequentemente, a economia aquecida, sem descapitalizar o consumidor.

Guilherme Carrasco é vice-presidente executivo da Ademicon, é economista com MBA em Finanças pela Universidade Federal do Paraná. Possui ampla experiência no mercado financeiro e de capitais, com passagens por Itaú Unibanco, Aqua Capital e Positivo Tecnologia.