Em Guarapuava, cruzes marcaram a Ação do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio
A manhã de segunda-feira (22) foi marcada por cruzes na Rua XV de Novembro, Praça 9 de Dezembro, que simbolizavam as mortes de mulheres vítimas de Feminicídio.
As cruzes pretas representavam 80 mulheres paranaenses que foram assassinadas desde a morte de Tatiane e duas brancas, das guarapuavanas Universina Abreu e Tatiane Spitzner.
A mobilização contou com a participação da procuradora da Mulher – deputada Cristina Silvestri, da secretária de Política Públicas para Mulheres, Priscila Schran, representantes da OAB e do CRAN, um departamento especializado em atender mulheres em situação de violência. O CRAN, presta serviços jurídico, social e psicológico, além de contar com uma casa abrigo para mulheres ameaçadas de morte.
A Secretária de Política Públicas para Mulheres, Priscila Schran, disse à reportagem do Jornal Extra Guarapuava que com a união entre Prefeitura e Assembleia Legislativa, foi possível criar este dia de mobilização estadual. Tudo o que está acontecendo hoje, simultaneamente está ocorrendo em outros 27 municípios, ressaltou Priscila.
A mobilização aconteceu com panfletagem e entrega de questionários para que as mulheres observem o relacionamento em que estão envolvidas e para que percebam se não há sinal de risco para assim buscar ajuda. Queremos poder mostrar à essas mulheres que elas não estão sozinhas e é possível sim, sair do ciclo da violência, acrescentou Priscila.
A reportagem também conversou com a deputada estadual Cristina Silvestri, ela disse que o dia 22 de julho é um marco para o Paraná, uma grande conquista. O que mais nos preocupa é que o Brasil é o 5° país mais violento em relação à mulher, devido a isso que estamos nessa conscientização de que não se pode banalizar a violência, disse a deputada.
Com a ação, Cristina disse que foram abordados por várias mulheres que foram relatar sobre violência que sofreram e também com pessoas da família que passaram por situações iguais.
Violência não é só física, é a psicológica, é a moral, patrimonial, até que chega ao Feminicídio. Nós estamos nesta luta pela não banalização, pela não invisibilidade desta violência que muitas pessoas acham que é normal, comum, não é, e nós temos que lutar contra isso, ressaltou Cristina.
Cristina disse que não se pode trabalhar apenas com as mulheres, com as vítimas, é necessário trabalhar com os homens também, o agressor. Tenho projetos que estão com o governador, onde institui que em todas as escolas haja um trabalho de conscientização com as crianças, para que elas cresçam com a não violência e com o respeito às mulheres, finalizou Cristina.