Viciados em celular: saiba quais são os sintomas e descubra se você também é

Uma pesquisa, de 2018, feita pela Ipsos, revelou que, de 20 mil brasileiros entrevistados, 41,52% são os chamados teledependentes. Isso quer dizer que essas pessoas usam o celular o dia todo, de manhã a noite, até antes de dormir. Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 5,56% dos usuários usam o celular apenas para o básico, como ver a hora e fazer ligações. Os outros números são de pessoas chamadas de ‘dependentes normais’.

De acordo com a psicóloga Joseane Lisenko, os avanços tecnológicos, que nos deixam mais conectados, gerou uma mudança na forma com a qual nos comunicamos. E isso nos trouxe vantagens e desvantagens. De certa forma, tal comunicação foi facilitadora, nos aproximando de parentes e amigos distantes. Em contraponto, isso pode nos afastar de pessoas próximas quando [a tecnologia] não usada corretamente, gerando dependência e transtornos como ansiedade e fobias, afirma Joseane.

Nomofobia

Os novos dicionários já trazem esse neologismo. Nomofobia, nada mais é que o medo irracional de ficar sem celular ou aparelhos eletrônicos no geral. Ela está relacionada ao vício em outras tecnologias como computadores e videogames. Ou seja, quanto maior a Dependência Digital, maior a fobia. Com isso, considerando que a OMS define a adicção – ou seja o vício – como doença, a Dependência Digital e a Nomofobia são doenças relativamente recentes, que surgiram pelas mudanças e avanços tecnológicos na sociedade.

Joseane explica que no-mobile – sem celular, com a junção da palavra fobos, que no grego significa fobia / medo, resultou no termo nomofobia. Segundo a psicóloga, entre os sintomas apresentados, destacam-se a ansiedade, angustia, desconforto e insegurança. Casos mais graves apresentam ainda, sudorese, taquicardia, tremores e até mesmo náuseas.

Para a psicóloga, Joseane Lisenko, é importante saber usar a tecnologia em nosso favor

A pessoa que apresenta este quadro, diz a psicóloga, tem um verdadeiro pânico de ficar sem o celular ou sem uma rede de internet na qual consegue ficar conectado. Este medo de ficar sem celular está acometendo mais os jovens, tendo em vista que já nasceram nesta era digital. Mais não é uma regra. Há muitas pessoas mais velhas, que acabam se envolvendo em demasia e desenvolvendo este transtorno.

Lisenko explica a diferença entre dependência normal e patológica. Veja onde você se enquadra. É possível identificar a normal quando o indivíduo conseguir tirar aproveito de todas as inovações tecnológicas de forma que o mesmo tenha a consciência de usá-la para o seu crescimento profissional, pessoal, nos relacionamentos sociais, entre outros. Já a patológica é quando compromete a vida profissional, social, familiar, escolar moroso, entre outros; é algo visivelmente nocivo e prejudicial, revela.

Então, se o seu caso é o segundo, preste atenção nas dicas da psicóloga. A pessoa que percebe este vicio, necessita de ajuda profissional para que este o ajude a entender a necessidade de estar o tempo todo conectado. Criando planos que envolvam atividades off-line e que realmente haja um vínculo entre as pessoas e atividades de lazer. É preciso haver limites bem estabelecidos. De nada adianta sair com amigos e passar o tempo todo somente postando e editando fotos para as publicações e não se envolver ou aproveitar de fato o momento. É preciso utilizar a tecnologia ao nosso dispor com responsabilidade, alerta Lisenko.

Luciane Becker, sócia de Joseane, também atuante contra as dependências da vida
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