Cinco anos após fim do prazo, ainda existem quase três mil lixões no Brasil
Em Guarapuava, são geradas 100 toneladas, por dia, de resíduos sólidos; cerca de 40% desse volume vão parar no aterro da cidade
A Lei (10 12335/10), que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e estabeleceu os parâmetros básicos para coleta, reciclagem, destinação e conservação ambiental, completou cinco anos. A lei também estabeleceu um prazo para a extinção dos lixões e a criação de aterros sanitários.
Pois bem, cinco anos depois, da data estabelecida, mais da metade dos municípios não cumpriu a lei. Das, aproximadamente, 5.600 cidades, do Brasil, quase três mil ainda têm lixões e aterros incorretos. Desses, pasmem, 45% não têm sequer um plano para se desfazer deles. Um grave problema de saúde pública que parece interminável.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os lixões ainda estão presentes em todas as regiões, afetando a saúde de 76 milhões de brasileiros. Ainda segundo a Abrelpe, a manutenção dos lixões traz um custo de R$ 1,5 bilhão, por ano, para tratamento de saúde e cerca de R$ 2 bilhões para recuperação do dano ambiental causado pela falta de aterros sanitários.
Guarapuava
Em Guarapuava, em 2011, atendendo aos preceitos da legislação ambiental vigente, foi criado um aterro sanitário, que teve sua licença de operação (LO 158396-R1) renovada até 2020. Essa ação, da prefeitura, permitiu que antigos lixões fossem desativados, evitando, assim, a exposição, direta e indireta, dos moradores, plantas e animais a todo tipo de contaminação.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Celso Araújo, a cidade gera cerca de 100 toneladas, por dia, de resíduos sólidos. Não fosse o aterro sanitário, todo esse volume, certamente, iria parar em algum lixão. Desse montante, mesmo com trabalho da prefeitura, com coleta, separação educação ambiental, e conscientização da população ainda 40% são destinados ao aterro sanitário. É um volume ainda significativo, mas estamos trabalhando para diminuir esse número, declarou o secretário.
Ainda segundo o secretário, só com a coleta seletiva, que conta com quatro caminhões em operação, são retirados cerca de 23% de material que iria para o aterro. Isso, ressalta Celso, que além de prolongar a vida útil do aterro, ainda gera emprego e renda para os coletores de recicláveis. Nenhum município consegue tirar tudo que vai para o aterro.