A VELHA POLÍTICA

Por Kátia Burko

É assim que o meu irmão Vitor Hugo define a política que conduziu por muitos anos a nós brasileiros. A política do ego, do jogo, dos interesses pessoais. Dos conchavos, dos acordos, do troca-troca. A política das traições, das mentiras, das omissões. A política que divide o ser humano em apenas duas categorias: ou se é instrumento – usado para que o líder chegue ou se mantenha no poder- ou então se é inimigo. Nessa política só existe o individual, e o coletivo só é enxergado quando puder servir ao individual. Como falei, meu irmão a chama de velha política, mas eu acrescentaria uma palavra mais, e a definiria como a VELHA POLÍTICA DO MEDO. Sim, porque essa é a política das pessoas egocêntricas, e tudo o que vem do ego tem origem no medo – até o orgulho, que é o seu disfarce. Na velha política tem-se medo de perder o poder, medo de ser traído, medo de ser enganado, medo de ficar fora do jogo, medo de não ter dinheiro para a campanha, medo que outro tenha mais dinheiro para a campanha. Têm-se medo que outro líder se destaque, medo que outra pessoa ocupe seu lugar, medo que outro candidato consiga mais votos, medo de não ter como sobreviver sem o cargo e etc, etc, etc…Medo, medo, medo.

Essa política para mim é literalmente a política das sombras, das trevas, a política que não é de Deus, definitivamente. E vem daí a dificuldade das pessoas que não se identificam com o mundo das sombras entrarem ou permanecerem nela. Mas as coisas estão mudando. Mudando muito. Muito embora muitas pessoas e muitos políticos não tenham percebido isso ainda, e continuem identificados com o ego, com o jogo, com o medo. O ser humano está mudando, e consequentemente a política também. Entramos na era da luz, na era da verdade. Entramos num tempo em que as máscaras já não nos enganam mais, e elas estão caindo, dia após dia. E cairão ainda mais. Entramos num tempo em que as coisas escondidas estão sendo reveladas, uma a uma, a todo momento, em todas as áreas da vida. Um momento no qual o que prevalece, se mantém e se manterá é o que é genuíno e sincero, apenas.

LIDERANÇA

Entramos na era do ser humano de verdade, e que quer líderes de verdade, na verdade e da verdade. Líderes que escolham a todo momento pelo bem-estar e pelo futuro daqueles a quem eles representam, e a quem servem como exemplo. Líderes que saibam cumprir verdadeiramente sua missão. Líderes que não usam os outros como instrumentos de subida, mas que se permitam ser eles próprios os instrumentos – os instrumentos da descida do Reino dos Céus até a nossa terra. Um reino onde o ser humano é olhado, enxergado e cuidado como um ser único, como um irmão, independentemente das suas condições, do seu voto ou do seu líder. Um reino onde as pessoas e os políticos não se sintam ameaçados por outros, e que a entrega da sua vida e do seu futuro seja plena nas mãos de Deus. Um reino onde os políticos se manterão naturalmente, sem esforço, enquanto estiverem servindo ao propósito maior que é justamente o de servir, servir à humanidade com amor. Entramos no reino do coração. E é por isso que, ao invés de chamar a política de agora apenas de NOVA POLÍTICA, como a define meu irmão, eu a chamo de NOVA POLÍTICA DA CONFIANÇA. Da confiança no futuro, da confiança na verdade, da confiança no caminho do coração. Da confiança em Deus. Creio que algumas pessoas rirão do que escrevi aqui, mas tenho certo para mim que quem não se atentar a isso sucumbirá, como muitos sucumbiram nas eleições que passaram. Observemos.

 

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Itaipu faz pesquisa inédita para produção de dourados em tanque-rede

Primeira carga de seis mil peixes foi entregue na terça-feira. Objetivo é proporcionar mais uma opção de renda a pescadores e piscicultores da região

A Itaipu Binacional iniciou uma pesquisa inédita para a produção do peixe da espécie dourado (Salminus brasiliensis) em tanques-rede. A primeira carga com seis mil peixes jovens, com seis meses de idade, chegou na manhã dessa terça-feira (14) à Unidade Demonstrativa e Experimental de Aquicultura em Sistema Bioflocos.

O objetivo da pesquisa é desenvolver a cadeia produtiva dessa espécie e fornecer mais uma opção de renda às comunidades que dependem da pesca ou da aquicultura do reservatório para produção de alimento e faturamento.

Segundo o engenheiro agrônomo André Watanabe, da Divisão de Reservatório, a pesquisa pretende valorizar comercialmente a espécie cuja pesca é proibida no Paraná. “Quando alguém compra um peixe da pesca está extraindo um recurso limitado, havendo risco de extinção. Com a aquicultura, a gente consegue fornecer esse peixe para consumo humano sem impactar o estoque natural”, afirmou Watanabe.

Atualmente, não há produção de dourado em sistemas de tanques-rede no Paraná. Os filhotes que chegaram à Itaipu viajaram 12 horas de caminhão desde Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Quando chegaram, a primeira medida foi aclimatar a água, igualando a temperatura das caixas de transporte e do tanque onde eles passaram a ficar.

Depois disso, são mais dois meses para os peixes se recuperarem e ganharem peso antes de serem levados aos tanques-rede do reservatório. Os peixes jovens tinham em média 62 gramas quando chegaram à Unidade de Bioflocos; a previsão é que, em um ano, eles passem de um quilo e estejam prontos para serem comercializados. O dourado possui grande valor comercial, possibilitando o atendimento de nichos de mercado com produtos de alto valor agregado.

Watanabe explicou que a Itaipu estuda a construção de tanques-rede maiores, de 500 metros cúbicos – atualmente, são dois modelos de 7 m³ e de 24 m³ – especialmente para a produção do dourado que, por ser uma espécie carnívora e dominante, necessita de mais espaço para se adaptar. “É um peixe que também exige mais cuidado no manejo”, disse ele, mostrando os dedos com algumas marcas de mordida.

Sistema de bioflocos

Na cadeia produtiva do peixe, a fase que vai da larva até o peixe juvenil é a com maior índice de mortalidade, por isso são necessários vários cuidados para que o alevino sobreviva até a fase adulta. Isso acontece em um ambiente fechado e controlado, que utiliza o mínimo possível de água e não polui o meio ambiente: o sistema de bioflocos.

Os bioflocos são aglomerados de bactérias que consomem a amônia produzidas pelos peixes. Como subproduto, é gerado o nitrato que, em um segundo momento, é consumido por plantas aquáticas, em um outro tanque. Assim, a mesma água é reutilizada várias vezes.

A título de comparação, para cada quilo de peixe produzido no sistema de bioflocos, são consumidos em média 500 litros de água. Em um sistema convencional, são utilizados de 18 a 30 mil litros de água que, se não for tratada, contamina rios e lagos.

“O objetivo da Itaipu é estudar formas mais sustentáveis para produzir peixes, que não contaminem o nosso reservatório”, explica o técnico em aquicultura Celso Carlos Buglione, da Divisão de Reservatório da Itaipu, responsável pelas pesquisas sobre os bioflocos feitas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O Paraná é o maior produtor de peixes do País, com cerca de 200 mil toneladas de pescado por ano e mais de 70% dessa produção está na bacia onde o reservatório da Itaipu está localizado. As pesquisas buscam criar protocolos de alimentação, controle da qualidade da água, além da validação de custos e viabilidade econômica da produção de peixes nesse sistema.