Nos 64 anos de fundação da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig), queremos render nossas homenagens, mas também convidar a todos num momento de reflexão. Da necessidade de rever conceitos, num olhar mais crítico de problemas estruturais que travam o desenvolvimento guarapuavano. Tanto a Acig, como CDL precisam estar mais envolvidas, fazendo frente a projetos que venham de encontro com os anseios da sociedade num todo, como de fazer estudos para amenizar a questão de estacionamento na área central, turismo e setor hoteleiro.
Um salão nobre lotado em noite de gala é muito bonito, mas pode representar apenas uma pequena parcela da sociedade e neste viés se comete o erro de achar que as coisas estão as mil maravilhas. Ao nos apegarmos em discursos inflamados de projetos de desenvolvimento que foram conduzidos pelos gestores públicos ao longo dos anos, cometemos no erro de nos tornarmos bobos da corte, a sociedade num todo não é isso, ela é empreendedora e visionária.
Os reflexos estão nos números, com pouco mais de mil associados para uma entidade de 64 anos de fundação. É preciso olhar os exemplos dos vizinhos e ver o que fazem ACIPG de Ponta Grossa, ACIC e AMIC de Cascavel. Somente a Associação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Oeste do Paraná (AMIC), conta com 2,3 mil associados, que congrega num universo de mais de 30 mil usuários/mês, com pouco mais de 30 anos de fundação.
Se faz urgente a criação de um núcleo, que reúna estabelecimentos de estacionamentos privados, para definir diretrizes e ações. Junto a isso, campanhas publicitárias de orientação ao público consumidor, para que este não fique mais refém de um sistema nefasto, que se preocupa tão somente em multar os cidadãos, sejam eles de Guarapuava ou da região, quando da necessidade de vir no centro para compras e negócios. É preciso olhar e conquistar o público consumidor dos mais de 400 mil habitantes, em 40 cidades do Centro-Oeste e Centro-Sul.
Uma instituição comercial precisa olhar o seu cotidiano, procurar saber o que fazem e pensam o perfil atual guarapuavano, no campo empresarial, lojista e de profissionais liberais. Do que adianta o poder público fazer a inclusão de mais de seis mil pequenas empresas e profissionais liberais se as entidades comerciais não têm projetos que abrace, com mecanismo de torná-la mais forte e autossustentáveis.
Uma entidade comercial precisa estar engajada em preceitos que atendam os interesses dos seus associados, mas também da comunidade num todo. Com demandas apontadas pela sociedade, sendo uma entidade que lidere mobilizações sociais em prol da infraestrutura necessária ao desenvolvimento, contribuindo assim com o planejamento socioeconômico do município e na qualidade de vida dos guarapuavanos.