Lançamento do projeto “Acolhendo quem acolhe” marca encerramento do III Seminário de Acolhimento Familiar
Por meio da iniciativa, crianças e adolescentes terão acesso a atendimentos nas áreas de pediatria, fisioterapia, psicologia, nutrição e odontologia
Encerrando o III Seminário de Acolhimento Familiar, na noite desta terça-feira (29), o Teatro Municipal Marina Karam Primak foi palco para o lançamento do projeto “Acolhendo quem acolhe”. A iniciativa é promovida pela Prefeitura de Guarapuava, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SEMADS) e do Serviço Família Acolhedora, em parceria com o Centro Universitário Campo Real.
O prefeito Celso Góes ressaltou a importância de fortalecer as políticas públicas voltadas para o acolhimento familiar. “Esse trabalho não é realizado apenas por um setor, mas é uma colaboração entre a Prefeitura, o poder judiciário, profissionais da área, famílias acolhedoras e toda a comunidade. Cada um de nós tem um papel fundamental nesse processo e estamos proporcionando um suporte essencial às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade”, sublinhou.
“Estamos celebrando mais um passo importante em nosso trabalho de acolhimento familiar, e isso tem um significado muito especial para mim. Tenho acompanhado essa jornada desde antes da criação da lei em 2015, quando começamos a sonhar com o programa Família Acolhedora. Foi um período repleto de desafios, especialmente ao pensar em capacitar famílias da comunidade para receber crianças em situações vulneráveis, mas cada história de sucesso nos lembra do impacto positivo que podemos ter na vida dessas crianças e em suas famílias”, ressaltou a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Elenita Luiza Lodi.
A secretária ainda destacou que a nova iniciativa visa garantir um atendimento diferenciado às Famílias Acolhedoras, envolvendo aspectos físicos e psicológicos.
“O projeto ‘Acolhendo quem Acolhe’ nasceu focado em dar suporte especial às famílias acolhedoras. Muitas delas têm dúvidas sobre os atendimentos de saúde das crianças que recebem, o que é compreensível, considerando que essas crianças frequentemente chegam em situações delicadas. A interação entre a família acolhedora e a equipe é essencial, pois juntos descobrimos as necessidades individuais de cada criança, que muitas vezes não se revelam em um ambiente institucional”, complementou.
Implantado em Guarapuava em 2017, o Serviço Família Acolhedora já atendeu mais de 200 crianças e adolescentes. A iniciativa oferece um lar temporário em famílias da comunidade, que são selecionadas, capacitadas e acompanhadas por equipes técnicas compostas por assistentes sociais e psicólogos.
“As Famílias Acolhedoras abrem suas casas e corações para crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade, oferecendo carinho, afeto e proteção em momentos desafiadores. Mas, nós percebemos a dificuldade em encaminhá-los para a rede de saúde e para mudar isso, firmamos uma parceria com o Centro Universitário Campo Real, através do curso de Medicina.
Essa colaboração traz um atendimento mais ágil para o cuidado dessas crianças e adolescentes que estão em uma fase de transição em suas vidas. Nós estamos buscando garantir que cada um deles receba o apoio que realmente precisa”, destacou a coordenadora do Serviço Família Acolhedora, Regiane Cristina Lopes de Moraes.
A gestora do eixo 1 do curso de Medicina, Kátia Villordo Fengler Rodrigues, explicou que o projeto surge da necessidade de integrar a formação médica à comunidade. “Queremos que nossos alunos conheçam a realidade em que vão atuar e ofereçam o melhor cuidado. Com ‘Acolhendo quem acolhe’, as crianças terão acesso aos atendimentos nas áreas de pediatria, fisioterapia, psicologia, nutrição e odontologia”, comentou.
O lançamento do projeto ocorreu durante o encerramento do III Seminário de Acolhimento Familiar. Pela manhã, o evento apresentou o Serviço Família Acolhedora e contou com palestras de profissionais da área do Direito. À tarde, o Salão Nobre do Centro Universitário Campo Real acolheu profissionais e famílias para a mesa redonda com o tema “Desenvolvimento Infantil: da gestação à primeira infância”.
“Hoje, durante todo o seminário, ficou claro o compromisso do Serviço Família Acolhedora em oferecer suporte à saúde física, emocional e psicológica dessas crianças. Sabemos que, como Estado, nossa responsabilidade é garantir o bem-estar das crianças em todas as suas dimensões.
As famílias acolhedoras têm demonstrado um comprometimento admirável em cuidar e apoiar essas crianças. Dessa forma, a união entre universidade, comunidade e Poderes Judiciário e Executivo fortalece o serviço público e potencializa nosso impacto na vida das crianças e famílias atendidas”, frisou a juíza de direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Guarapuava, Carmem Zolandeck Mondin.
Susana Aparecida dos Santos compartilhou que desde de 2020, sua casa se tornou um lar para diversas crianças e adolescentes, e atualmente, acolhe dois bebês de 11 meses. “É um desafio diário, mas também uma experiência maravilhosa. A oportunidade de amar e ser uma base familiar para essas crianças é profundamente gratificante para nós como família. Hoje, todo o dia foi voltado para nós, olhando para a família. São coisas que tocam realmente onde a gente precisa ouvir e é exatamente o que a gente precisa”, contou.
O evento contou com apresentações do Grupo Mirim do CTG Fogo de Chão e do Coral Municipal Silvino Antonio Turco. Para encerrar a programação, a educadora e psicóloga Ana Bela dos Santos ministrou a palestra sobre “Acolhimento Familiar: Afeto, Comunicação e Desapego Saudável”, que refletiu o valor das relações familiares e a importância de um ambiente acolhedor no desenvolvimento infantil.