Mãe compartilha remissão de leucemia da filha e luta por diagnóstico precoce

Este Dia das Mães terá um significado ainda mais especial para a administradora de empresas e estudante de psicologia Vanessa Alves Spíndola: o fim do tratamento e a remissão da doença da filha, Luísa, diagnosticada com leucemia linfóide aguda do tipo B em março de 2019. O desfecho positivo, neste caso, tem relação direta com a iniciativa da mãe em favor do diagnóstico precoce.

À época, Vanessa observou que Luísa, então com quatro anos, apresentava dificuldade para se alimentar, tinha algumas pequenas manchas roxas na região da canela e suava mais que o normal à noite. A mãe procurou o pediatra para um check-up e, embora o médico não notasse nada relevante clinicamente, após o pedido dela, solicitou alguns exames de sangue.

A partir de um hemograma alterado, Vanessa iniciou uma saga em diferentes hospitais para chegar ao diagnóstico da menina, que iniciou o tratamento quase imediatamente. Em junho de 2021, Luísa concluiu o tratamento e, este ano, dois meses após o Dia das Mães, ela completará cinco anos de remissão da doença, quando poderá ser considerada curada.

A atitude de Vanessa possibilitou o diagnóstico precoce da leucemia e é um exemplo importante. Isso porque em países desenvolvidos, a taxa de cura do câncer em crianças e adolescentes supera os 70%, mas em países em desenvolvimento, como o Brasil, essa porcentagem é menor, devido à demora no diagnóstico, o que faz com que as pessoas de zero a 19 anos iniciem o tratamento em estágios mais avançados da doença, o que dificulta melhores perspectivas.

Sinais e sintomas – Além dos apresentados por Luísa, o médico onco-pediatra Dr. Neviçolino Pereira de Carvalho Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), explicou que também estão entre os principais sinais e sintomas da leucemia em crianças e jovens: palidez, febre, sangramentos espontâneos, ínguas aumentadas de tamanho em vários locais do corpo, dor nas juntas e dores nos ossos, entre outros.

Vanessa contou que “antes do diagnóstico na Luísa, sabia pouco sobre os sintomas do câncer infantil e jamais imaginava que um dia minha filha seria acometida por uma leucemia”. Atualmente, a pequena faz o acompanhamento médico e segue o monitoramento, mas as consultas e exames são menos frequentes: “Enfrentar o câncer infantil é uma guerra diária. Mesmo quando termina o tratamento, a batalha segue. São marcas e lembranças que talvez eu nunca supere completamente”, relatou Vanessa, orgulhosa pela proximidade de a filha ser considerada curada.

Epidemiologia – Estimativas do INCA também apontam que, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, são esperados 7.930 novos casos de câncer entre crianças e jovens, sendo que, apenas em 2021, foram registradas 2.425 mortes nessa faixa etária decorrentes de cânceres como a leucemia, linfoma, neuroblastoma, retinoblastoma e tumores de Sistema Nervoso Central (SNC).

“Todos os dias que olho para Luísa, lá no fundo de seus olhos, eu vejo uma sobrevivente. Vejo uma garotinha que talvez não tenha ideia do que teve que suportar para simplesmente viver. As lágrimas correm. Por isso, eu luto para levar informação a outros familiares, porque o diagnóstico precoce pode salvar vidas e doação de sangue e medula também”, concluiu Vanessa, que mantém um perfil no Instagram no qual compartilha sua experiência (@vanessa_spindola123).

Sobre a SOBOPE

Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento relacionado ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do País, além de uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros.

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