Um sim pode salvar a vida de até oito pessoas. É o que busca conscientizar a campanha Setembro Verde, que reforça a importância da doação de órgãos. O assunto pode ser um tabu para muitas pessoas, por isso, iniciativas que visam a sensibilização para o tema são fundamentais.
O Hospital São Vicente realizou, em 2022, 20 cirurgias de doação de órgãos. Das 23 famílias abordadas, apenas 3 recusaram a doação. Até junho de 2023, 23 pacientes estavam aptos a serem doadores, sendo que apenas 11 foram efetivados.
Sendo assim, a taxa de efetividade das doações de órgãos que era de 87% em 2022 caiu para 57% no primeiro semestre de 2023. Hoje, cerca de 3.503 pessoas estão na fila aguardando um transplante no Paraná, segundo dados do Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR).
O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. Sendo assim, os receptores recebem assistência integral gratuita, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante. Além disso, somos o segundo país com maior número de transplantes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Como funciona a doação de órgãos
Existem a possibilidade da doação em vida. É possível doar um dos rins e parte do fígado, medula e pulmões. Para isso, o doador deve ser maior de idade. Para doação entre familiares, não é necessário nenhum tipo de autorização. Contudo, no caso de pessoas não aparentadas, é necessário autorização judicial.
Para doação de órgãos de pessoas falecidas, cabe à família a decisão final. É possível doar rins, coração, pulmões, pâncreas, fígado, intestino e tecidos como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias.
Os potenciais doadores são pessoas com quadro de morte encefálica, ou seja, que tiveram interrupção da irrigação sanguínea ao cérebro. O quadro é irreversível e definitivo. Para constatar a morte encefálica, são feitos exames e, só ao ser comprovada, o processo continua.
Após os exames, a família é contatada para autorizar ou não a doação. Em caso positivo, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e encontra os receptores mais compatíveis com o doador. Assim, nem a família doadora nem a receptora sabem os nomes um do outro, todo o processo é sigiloso.
Falar sobre a doação de órgãos é muito importante! Um simples gesto salva muitas vidas.