Projeto esportivo da prefeitura transforma vidas em Guarapuava

O incentivo ao esporte em Guarapuava tem possibilitado que cerca de 300 crianças e adolescentes, entre 4 e 16 anos, possam realizar aulas de futebol no projeto “Descobrindo Talentos”. O programa é desenvolvido pela Secretaria de Esportes e Recreação, e tem o objetivo de fomentar a prática esportiva e revelar novos campeões.

Para o secretário de Esportes e Recreação, Milton Roseira, é fundamental ter um projeto como este. “A criança participa sem ter custo e os professores são especializados.

Além de fazerem parte do programa, as crianças e adolescentes têm acesso a toda a parte social, como interação e educação. E ainda existe a possibilidade dessa criança ser descoberta por olheiros. O esporte transforma a vida dos alunos que participam”, destacou o secretário.

O coordenador e técnico de futebol José Antonio Pereira – Toninho Paraná – comentou que as aulas têm impactado os alunos.

“Nós temos três núcleos importantes nesse projeto: a prefeitura, com a Secretaria de Esportes, com o apoio que vem nos dando, e os pais que estão sempre acreditando no nosso trabalho.

O grande objetivo é que as crianças pratiquem esportes e que elas se sintam felizes. Isso é importantíssimo e fundamental, pois aos poucos, eles vão evoluindo e passam a querer estar aqui”, afirmou o técnico.

Para a garotada que estiver interessada, as aulas são realizadas de segunda a sexta-feira, durante a manhã e tarde, no Campo Municipal, ao lado do Ginásio de Esportes Joaquim Prestes. Os pais ou responsáveis dos interessados devem entrar em contato com a Secretaria de Esportes ou ir até o local das aulas e conversar com o coordenador das atividades.

Para Liberato Correia Júnior, professor de futebol, o desenvolvimento dos alunos vai além do esporte. “Nós vemos uma evolução tanto na questão de técnica no jogo, mas também na questão pessoal deles como seres humanos. Alguns meninos chegam muito tímidos e a gente vê que aos poucos, vão se soltando e fazendo amizades. Isso é gratificante para a gente como profissional”, relatou o professor.

Já para os alunos, “Descobrindo talentos” é uma chance de realizar os sonhos e fazer novos amigos. “Conheci o projeto pelo meu professor e ele me trouxe, junto com mais um amigo para cá.

O que eu mais gosto são os amigos que fiz, as viagens, os momentos no ônibus e no alojamento. Eu quero seguir carreira no futebol. É meu sonho “, comentou João Paulo Ribeiro da Silva, aluno do projeto, de 13 anos.

“Vim para o projeto por causa de uma amiga. Eu continuei participando dos treinos, pois tenho um sonho de, quem sabe, conseguir jogar profissionalmente.” contou Alícia da Silva, de 14 anos, fã de Cristiano Ronaldo.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.