Estado do Paraná liderou a criação de empregos no 1º semestre

De janeiro a junho de 2023, as Agências do Trabalhador e postos avançados de atendimento do Paraná encaixaram 67.427 pessoas em vagas de emprego com carteira assinada.

Estado superou a soma de todas as contratações feitas pelos estados do Ceará (22.299), São Paulo (21.842) e Rio Grande do Sul (14.219) através do Sistema Nacional de Emprego (Sine). No comparativo com o mesmo período em 2022, quando as unidades do Sine estadual intermediaram 57.866 contratos de trabalho, o crescimento do Paraná foi de 16,52%.

Foram 8.671 em janeiro, 10.712 em fevereiro, 13.070 em março, 11.411 em abril, 12.062 em maio e 11.501 em junho, com liderança em todos os meses.

O Paraná também manteve a primeira posição do ranking nacional no último mês, com 11.501 colocações via Agências do Trabalhador. Os estados de São Paulo e Ceará, segundo e terceiro colocados, empregaram respectivamente 4.776 e 3.622 pessoas no mesmo período. No comparativo entre junho de 2022 e 2023, o Paraná superou em 18,79% os 9.682 encaixes intermediados pelo Sine no sexto mês do ano passado.

Dos contratos de trabalho intermediados pelo Sine em junho, 5.093 foram de mulheres, um crescimento de 23,4% em comparação ao sexto mês de 2022, quando elas foram responsáveis por 4.127 de todos 9.682 encaixes no mesmo período do ano passado. No recorte etário, empregos ocupados por jovens entre 18 e 29 anos cresceram 17,7%, de 5.088 postos em junho de 2022 para 5.903 no período de 2023.

“Estamos avançando constantemente em colocações no mercado de trabalho por intermédio da rede Sine. Os resultados obtidos pelo sistema estadual apontam para uma perspectiva absolutamente positiva, com um crescimento em 50% até o final do ano no que diz respeito aos contratos de trabalho intermediados por nossas Agências e postos de atendimento”, destaca o secretário de Estado do Trabalho, Qualificação e Renda, Mauro Moraes.

Para o secretário, o desempenho obtido pela rede Sine estadual reflete o avanço das políticas de valorização do trabalho adotadas pelo Governo do Estado, em especial a ampla divulgação da oferta de vagas de emprego em todas as regiões do Estado.

“O Paraná é um estado com forte estrutura econômica e toda semana ofertamos uma grande quantidade de vagas, em contato direto com empregadores, o que auxilia a geração de emprego. As vagas existem e precisamos que elas cheguem aos candidatos. Utilizar a estrutura da rede Sine é fundamental para atingirmos um número cada vez maior de trabalhadoras e trabalhadores encaixados”, acrescentou.

CAGED – Segundo o Caged, o Paraná teve o melhor desempenho da região Sul na geração de empregos nos primeiros cinco meses do ano. Entre janeiro e maio, foram criadas 62.923 novas vagas (diferença das contratações, onde entram os dados do Sine, e demissões no período) com carteira assinada no Estado, acima de Santa Catarina (59.372) e Rio Grande do Sul (53.028) e mais do que todos os sete estados da região Norte, que abriram 45.399 novos postos de trabalho.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.